São Paulo (AUN - USP) - Imagine um robô vendo tudo ao seu redor e tomando decisões para não esbarrar nos objetos. Esse é o objetivo da pesquisa sobre teleoperações de robôs moveis, que começa a ser desenvolvida por Jun Okamoto Jr., professor de Engenharia Mecatrônica na Escola Politécnica da USP.
Chamada "omnidirecional", a visão do robô consiste em uma câmera apontada para o alto e um espelho convexo –como a face externa de um guarda-chuva–, que, colocado sobre a câmera, fornece ao robô a visão de todo seu redor. O princípio de funcionamento do espelho é semelhante ao daqueles utilizados em estacionamentos de edificios, que aumentam o campo de visão do observador.
Mas o robô não precisa fazer tudo sozinho: ele pode contar com o auxílio de uma câmera externa que mapeia o ambiente em que ele se encontra e, por meio de sinais de rádio, informa a posição de objetos que estão no meio do caminho. “Nosso objetivo é soltar o robô sozinho e fazer com que ele cumpra uma missão, como interceptar um objeto ou se manter a uma determinada distáncia dele", explica o pesquisador.
O cérebro do robô é um computador, com o qual ele se comunica por ondas de rádio. Esse micro lê e interpreta os dados que vêm da câmera externa, relaciona-os com a visão “cibernética” e, acionando um motor elétrico, faz com que as rodas girem e o robô se livre de qualquer apuro.
Em um primeiro momento, pensar em um robô capaz de tomar decisões pode assustar. No entanto, o professor garante que o processo de escolha do equipamento é apenas matemático. “O robô só será capaz de calcular se existe algo se aproximando dele ou obstruindo sua passagem e, então, tomar um caminho diferente.”
Okamoto já desenvolveu pesquisas sobre robôs manipuladores, que interagem com um objeto, como os braços mecânicos ou os robôs utilizados em processos de fabricação de automóveis. Hoje, porém, o professor investiga sistemas de percepção de robôs com múltiplos sensores, a chamada “interação sensorial”, que nada mais é do que o relacionamento do robô com seu exterior. O professor também coordena pesquisas nessa área em conjunto com a Universidade de Lisboa.