ISSN 2359-5191

06/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 27 - Saúde - Instituto de Psicologia
Aos 20 anos, SUS continua doente

São Paulo (AUN - USP) - O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu em 1988 e permanece em construção até hoje. Seus três princípios constitucionais básicos são universalidade, igualdade e integralidade. O primeiro visa garantir acesso à saúde para todos os brasileiros, o segundo objetiva que todos os cidadãos recebam tratamento igual e o último prega que o SUS deve oferecer assistência completa aos que procuram auxilio, tratando doenças e oferecendo prevenção para as pessoas de todas as idades.

O professor Ricardo Rodrigues Teixeira, da faculdade de medicina da USP, comentou as mudanças da saúde pública nos últimos 20 anos durante aula no Instituto de Psicologia da USP. Segundo Teixeira, em 1980, o grande desafio na área era a universalização da cidadania no país. A assistência médica gratuita era restrita a trabalhadores com carteira de trabalho assinada. Por causa dessa restrição do acesso e de sua forma de gestão ineficiente, era comum haver longas filas de espera, que indicavam a inexistência de um direito dos cidadãos. Criticava-se o modo de gerência, que era muito parecido com o usado no setor privado.

Hoje, ainda existem filas, o que indica a ineficiência de um direito já conquistado, como afirma Teixeira. Afinal, a criação de postos de saúde garantiu a universalidade na saúde pública. A prática da gestão ainda é criticada, mas agora é por ser diferente da aplicada no setor privado. A solução atualmente praticada para combater tais críticas é a contratação de administração terceirizada na área da saúde.

Além disso, o professor acrescenta que se percebe hoje a falta de igualdade no tratamento, e não mais a dificuldade de acesso. São comuns casos de pacientes que processam o SUS e conseguem terapias que o Sistema não oferece alegando que a saúde pública é direito de todos e que, por isso, seus problemas têm que ser cuidados pelo Estado. Com isso, parte do dinheiro que se destinaria a tratamentos regulares para todos é gasto com um único paciente.

Somados a esses problemas, a formação deficitária dos trabalhadores do SUS e a falta de especialistas em áreas como saúde da família completam o quadro das dificuldades diárias com que a área da saúde tem que lidar. Como afirma Teixeira, o SUS é uma política estatal inacabada, afinal, ele já completou 20 anos e ainda se discute como resolver problemas em sua implementação.

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