São Paulo (AUN - USP) - A declaração é do líder e apresentador do programa da televisão aberta CQC (“Custe o que Custar”), Marcelo Tas, convidado do Centro Acadêmico XI de Agosto para o evento “Roda-Viva”, que aconteceu no dia 13 do mês passado. No meio do pátio das Arcadas na Faculdade de Direito da USP, Tas afirmou que em qualquer veículo, seja ele um jornal sindical ou um dos maiores jornais do país, são postos limites para a atuação dos jornalistas.
O apresentador que ganhou perspectiva nacional por meio do personagem humorístico Ernesto Varella, um dos mais polêmicos da televisão brasileira, e que passou grande parte de sua vida na TV Cultura, garantiu que é possível realizar reportagens críticas até mesmo em grandes mídias. No entanto, sempre terá a fronteira de “até onde se pode ir” dentro daquele determinado meio.
Atualmente na liderança do programa semanal “Custe o que custar”, transmitido semanalmente pela Rede Bandeirantes, Tas alega que dentro da emissora também existem limites, mas que a margem de atuação, em geral, o agrada. Ele também afirma que essa fronteira tem que ser sempre submetida a discussões e negociação. “Hoje em dia, eu faço coisas no CQC que eu nunca poderia ter feito no ‘Varella’”, assegura.
Relacionado a se anunciantes e a publicidade na televisão têm algo a ver com essa demarcação do trabalho do jornalista, Tas negou veementemente. “O CQC não tem ‘rabo preso’ com o departamento comercial” garantiu. Para ele, a publicidade deve sempre ir atrás do jornalismo e não o contrário e alegou que nunca trabalharia sob tais condições.
Sobre a liberdade na profissão, Tas ainda discutiu a Lei de Imprensa. “Não basta apenas uma lei para proteger a atividade jornalística”. Ele não poupou o Congresso Nacional, e disse, ainda hoje, haverem métodos para cercear a imprensa. Meios inclusive, que não existiam na própria ditadura, como a polícia do senado. “O Brasil é um país em que ainda a liberdade de imprensa é muito frágil”
O apresentador alegou que continuará tratando as polêmicas e os acontecimentos da política e sociedade no Brasil, com ousadia e irreverência. As mesmas, que se mantiveram presente durante todo o seu percurso na profissão jornalística. Do que depender dele, o CQC continuará a informar e a provocar o público brasileiro todas as segundas-feiras. “Cabe ao profissional negociar esses limites de acordo com a sua ética e valores.”, finalizou Marcelo Tas.