São Paulo (AUN - USP) - A visão dos físicos fundadores da Mecânica Estatística, Maxwell e Boltzmann, ainda são surpreendentes décadas depois de elaboradas. A declaração é do professor do Instituto de Física (IF) da USP, Silvio Salinas, no colóquio Convite à Física realizado recentemente no Instituto.
Para demonstrar a importância desse ramo da Física o professor Salinas utilizou o exemplo do modelo de gás de partículas. No século XIX o alemão Rudolf Clausius elaborou o modelo conhecido por Krönig- Clausius, cujo cerne é a ideia de que as moléculas não oscilam, elas se movem em linha reta com velocidade constante.
Detalhes do modelo, que também provava matematicamente a relação entre a energia cinética (relacionada ao movimento das moléculas) e a temperatura, foram contestados posteriormente. Clausius então modificou o modelo sugerindo colisões no caminho das moléculas.
Ainda no século XIX, Maxwell e Boltzmann aprofundaram os estudos do modelo de Clausius, criando equações matemáticas que o comprovasse. A teoria saiu do papel a partir de 1955, quando foi ratificada experimentalmente e começou a ser aplicada em ciência e tecnologia.
Maxwell afirmava que um modelo estatístico deve ser simples, mas precisa manter a possibilidade de calcular suas propriedades. A preocupação com uma Física menos hermética ajuda a explicar por que os “mestres” da Estatística ainda são pertinentes.