São Paulo (AUN - USP) - Tímidos sofrem mais para iniciar relacionamentos amorosos, mas a tecnologia pode ajudá-los a superar as dificuldades de contato com parceiros em potencial. Segundo o professor Ailton Amélio da Silva, do Instituto de Psicologia da USP, quanto menos quem sofre com a timidez se expõe, mais liberdade ele tem. Assim, redes de relacionamentos e programas de bate-papo pela internet os auxiliam na hora da paquera.

Em seu livro Relacionamento Amoroso: como encontrar sua metade ideal e cuidar dela, lançado recentemente, o professor mostra que a timidez atinge cerca de 50% da população. Ela incide igualmente em homens e mulheres e é uma dificuldade normal do ser humano. O que não é natural é o bloqueio amoroso, um dos problemas que o professor considera de mais difícil solução, uma vez que envolve problemas complexos, algumas vezes carregados pelos pacientes desde a infância.

Apesar de atingir igualmente a população, a timidez é especialmente sentida pelos homens, uma vez que a sociedade lhes impõe o papel da primeira aproximação no relacionamento. Ainda que a internet seja uma boa ferramenta que o tímido pode usar para aproximar-se de conhecidos e desenvolver relações, ela não é necessariamente um dos principais locais onde ocorre esse primeiro contato. De acordo com Ailton, menos de 1% dos casais se conhece on-line. O professor afirma que 37% dos relacionamentos começam entre pessoas que já se conheciam e freqüentavam lugares comuns, por exemplo, trabalho e faculdade. 32% são apresentados por amigos comuns, 26% se conhecem em lugares de paquera (festas, clubes...) e 4% em encontros ao acaso, como o casal que se conhece e se apaixona na fila do supermercado.

Tão importante quanto conhecer a pessoa certa é causar uma boa impressão no primeiro encontro. Ailton sugere um lugar público para essa ocasião, que deve acontecer de dia e deve ter curta duração. Isso evita constrangimentos caso não haja afinidades e, se tudo der certo, deixa um “gostinho de quero mais”. Importantes medidas de segurança são nunca dar ou aceitar caronas e avisar algum conhecido sobre o encontro, dando detalhes de horário e lugar.