São Paulo (AUN - USP) - Uma medida fundamental para a preservação da Amazônia é o aumento do policiamento na região em 30 mil homens, pelo menos. A McKinsey, consultoria que faz pesquisas para empresas do mundo todo, defendeu essa tese em apresentação na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP). O Diretor do Departamento Brasileiro de Mudanças Climáticas da empresa também apontou maior respeito à propriedade, cumprimento de contratos e legislação ambiental e investimentos sociais como outras soluções para um Brasil mais sustentável, com menor emissão de carbono.
Para justificar a importância da Amazônia para uma economia sustentável, a consultoria apresentou dados de 2000. Esse foi um dos motivos das críticas que os professores José Goldenberg, José Eli da Veiga e Marco Antonio Fujihara fizeram ao levantamento. Fujihara achou que as propostas são muito genéricas e de difícil execução. Goldenberg disse que “o estudo é ingênuo, pois o governo não leva em conta essas pesquisas. O mundo real não é assim”. Veiga não acha que só ver o aumento do policiamento como principal solução é desconsiderar é simplificar a questão.
A McKinsey faz uma previsão do investimento necessário no mundo para reduzir as emissões de carbono de acordo com o que o IPCC (Painel Internacional de Mundanças Climáticas) da ONU recomenda. Eles preveem a necessidade de um mercado de créditos de carbono e uma movimentação financeira de 75 bilhões de euros anuais. O PIB mundial atualmente vale em torno de 40 bilhões de euros.
Jacques Marcovitch, também professor da FEA e organizador do debate, disse que as pesquisas da consultoria não têm o mesmo rigor metodológico do que os trabalhos produzidos pelas universidades e alguns números são muito especulativos. Mas parabenizou a McKinsey pela iniciativa de contribuir para o debate sobre a sustentabilidade no Brasil e no mundo.