ISSN 2359-5191

23/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 40 - Educação - Escola de Educação Física e Esporte
Tradições japonesas ainda influenciam judô brasileiro

São Paulo (AUN - USP) - O desenvolvimento do judô em todo Brasil foi diretamente dependente da imigração japonesa. É o que espera confirmar Alexandre Velly Nunes, em sua tese de doutorado pela Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP). Seu objetivo é “identificar os traços da cultura japonesa que ainda estão presentes nos treinos de judô no Brasil neste século”, já que o Brasil foi o país que mais recebeu imigrantes japoneses.

A partir de entrevistas gravadas com atletas e professores de vários dojôs (locais de treinamento) do Brasil, Alexandre acompanha os treinamentos dos atletas e dos locais em que foram formados. A idéia é verificar se os traços do judô japonês, grande influenciador do judô brasileiro, persistem até hoje. A introdução do Judô no ocidente se deu de formas bem diferentes, mas no Brasil a colonização foi definitiva no surgimento e evolução do judô. Com isso os aspectos culturais do povo japonês estão mais presentes.

“Identificar como está ficando e de que forma estes fatores eminentemente culturais são responsáveis pelo desenvolvimento do judô no Brasil são alguns dos meus objetivos”, explica. “Os alunos de judô têm a sua conduta pessoal modelada pelos ensinamentos do judô”, conta o doutorando. Porém, com o passar do tempo, a competição passou a ser o ponto fundamental das práticas esportivas, o judô incluído. Assim, parte dessa idéia comportamental se perdeu.

Kátia Rúbio, coordenadora do Centro de Estudos Socioculturais do Movimento Humano da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP) e orientadora de Alexandre, concorda que essa pesquisa é importante. “Hoje já há uma escola brasileira de judô, mas é inegável a influência japonesa nela”. Para ela, o bom dessa pesquisa é que ele consegue decodificar os padrões de comportamento por conviver com essa comunidade esportiva.

Alexandre, no judô há 40 anos, atua como professor e treinador de judô, além de Luta Olímpica. Já treinou em uma universidade japonesa, e fez Pós Graduação em Treinamento de Judô na Alemanha. Essa inclusão no meio foi importante para seu trabalho de doutorado: “em muitas ocasiões, retorno a locais onde já treinei e entrevisto pessoas que conheço há bastante tempo. Isto tem facilitado muito a minha coleta de dados.”

O projeto surgiu, assim, de sua ligação pessoal com o esporte, e uma de suas motivações foi tentar entender suas implicações sociológicas. “Acredito que está na hora de revermos os objetivos e reafirmarmos os aspectos educativos do esporte e em especial do judô”, conclui.

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