São Paulo (AUN - USP) - A bacia hidrográfica do Vale do Ribeira, uma das mais importantes do Estado de São Paulo, ainda não foi atingida pela poluição de agrotóxicos. A região, com intensa produção agrícola, foi estudada dentro do projeto Análise crítica da legislação sobre potabilidade das águas destinadas ao abastecimento público. Avaliação da qualidade das águas destinadas ao abastecimento público no estado de São Paulo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) em conjunto com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
A pesquisa, que se encerrará em 2004, terá alguns de seus dados divulgados no VII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia, entre os dias 6 e 9 de outubro, em Vitória, Espírito Santo. O objetivo final é a criação de um banco de dados que auxiliará nas políticas públicas de preservação das reservas hídricas paulistas. “Já temos números referentes a qualidade da água de 30% dos municípios do Estado”, conta a responsável pela Divisão de Diagnósticos Ambiental do Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen, Maria Aparecida Faustino Pires.
Ela explica que a iniciativa se deu após o Ministério da Saúde ter baixado a portaria 1469, em dezembro de 2000. A portaria estabelece uma nova diretriz relativa ao controle e vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano e padrão de potabilidade. “Queremos estudar pelo menos um ciclo hídrico de cada região do Estado de São Paulo.”
Estudo de campo
No Vale do Ribeira, foram analisadas as águas de superfície, subterrâneas e de mananciais de serra. “Nos preocupamos tanto com locais de captação como os que formam o sistema produtor hídrico do Vale”, diz a coordenadora geral na determinação de metais, Marycel Elena Cotrin.
Embora a quantidade de componentes de agrotóxicos encontrados tenha sido “extremamente pequena”, a coordenadora ressalta que o Vale deve receber atenção especial. “No futuro, a área poderá ser uma, ou a única, alternativa de abastecimento da região metropolitana.”
As atenções não ficaram restritas aos agrotóxicos. Estiveram voltadas também para a concentrações de metais. Marycel Cotrin relata que na região há também um intenso trabalho de mineração. “Não encontramos na água, por exemplo, mercúrio, que é um indicador de poluentes metálicos.” As coletas foram feitas nos meses de março, junho e setembro deste ano. Estão envolvidos no projeto 20 profissionais, entre cientistas e técnicos.
Mais informações: (0XX11) 3816-9342, com Maria Aparecida, ou pelo e-mail mapires@net.ipen.br