ISSN 2359-5191

15/07/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 47 - Sociedade - Escola Politécnica
Burocracia e disputa por recursos atrapalham projetos de Cooperação Internacional

São Paulo (AUN - USP) - A Cooperação Internacional, mecanismo pelo qual um país ou uma instituição promove o intercâmbio de experiências exitosas, conhecimento técnico, científico, tecnológico e cultural, mediante a implementação de programas e projetos com outros países ou organismos internacionais, é fundamental para o desenvolvimento dos países mais pobres, levando apoio técnico, tecnológico ou financeiro. Mas a implantação de projetos esbarra em alguns problemas administrativos, burocráticos e na disputa pelos recursos.

Antes de se decidir para onde serão encaminhados os recursos, são analisados os países que desejam ser beneficiados, os diferentes projetos, a forma de aplicação de cada um e quais são as prioridades da instituição ou países detentores desses recursos. Muitas vezes, ao invés de serem selecionados os projetos mais relevantes, são priorizados os projetos de maior visibilidade, que fortaleçam a imagem dessas instituições. Foi o que explicou Teresa Cristina Lampoglia, em palestra na Escola Politécnica da USP (Poli). A engenheira acrescentou que “mesmo depois de liberados os recursos, os projetos demoram a ser implementados e a gerar resultados, sendo atrapalhados por uma quantidade excessiva de reuniões, eventos, demonstrações públicas e burocracia. Quando há mudanças de governo então, os projetos são muito prejudicados”.

Teresa trabalhou por 14 anos no Peru, num projeto de Cooperação Internacional na área de Água e Saneamento, lidando principalmente com a construção de sistemas de água e esgoto em periferias. Enquanto esteve lá, deparou-se com todos esses problemas e ainda teve que enfrentar uma reformulação total do setor de saneamento do país. Outro problema com o qual se deparou foi a falta de difusão dos projetos, “Replicar os projetos exige muitos recursos, por isso, muitas vezes experiências exitosas ficam restritas a uma pequena área, e o número de beneficiados são bem menores do que poderiam ser”.

Mas, apesar de todas essas dificuldades, Teresa acredita que trabalhar em um projeto de Cooperação Internacional pode ser muito compensador: “Durante o tempo que passei no Peru tive a oportunidade de conhecer uma realidade totalmente diferente da minha, quebrar preconceitos, aprender a reconhecer e aceitar diferenças. Pude ter uma visão geral sobre saneamento que não é possível adquirir dentro de um escritório. Me dei conta de que a engenharia é também uma ciência humana, já que por trás das obras de engenharia estão as pessoas que vão ser beneficiadas por ela. É necessário fazer aquilo que as pessoas necessitam”.

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