ISSN 2359-5191

15/07/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 47 - Meio Ambiente - Museu de Arte Contemporânea
Preocupações ecológicas refletem-se na arte do MAC-USP

São Paulo (AUN - USP) - “Arte Frágil: Resistências” é o título da nova mostra do MAC-USP para comemorar o ano da França no Brasil, mas ela bem poderia se chamar “Natureza Frágil: Resistências”. Induzir o espectador a fazer esse jogo de palavras parece ter sido o objetivo dos curadores, que selecionaram obras de oito franceses e nove brasileiros mostrando a fragilidade da natureza refletida na arte.

Até o dia 9 de Agosto, na sua unidade do parque Ibirapuera, o museu exibirá diversas obras abordando a relação entre interferência humana na natureza e o desequilíbrio ambiental. Para a curadora da parte brasileira da mostra, Lizbeth Rebollo Gonçalves, a reflexão do tema na arte revela uma preocupação característica do nosso tempo: “Pode-se considerar que existe um verdadeiro “movimento” que projeta a questão da Terra, da paisagem natural, dos ecossistemas como ponto de referência crítica e poética no fazer criativo dos artistas contemporâneos”, disse.

A obra “Iracema”, do brasileiro José Bento, por exemplo, contrapõe o nome da personagem de José de Alencar, índia representante da riqueza natural brasileira, a fotos de árvores destruídas por queimadas da mata. Segundo Lizbeth, a estetização artística do tema demonstra a crescente “consciência da necessidade de mudança de atitudes e da promoção de sustentabilidade”. Nesse sentido, embora não necessariamente de forma intencional, a arte acaba ilustrando uma preocupação ética, afirmou.

Todavia, “Arte Frágil: Resistências” também retrata o comprometimento consciente com soluções ambientais. Jean Paul Ganem, da parte francesa da exposição, participa com a obra Projeto Aldeinha, um projeto de rejardinagem da antiga Favela Aldeinha, na Marginal do rio Tietê. Sua intenção é produzir a recuperação de um espaço que antes parecia destruído. "Olhar para um lugar no qual, antes, existia algo totalmente contaminado e devastado e ver algo bonito funciona como agente transformador. Só isso já muda a auto-estima, a questão cultural e a percepção social daquelas pessoas", explicou o artista para a revista Planeta Sustentável.

Para não somente os encher olhos, mas também estimular os ouvidos do espectador, serão reproduzidas no espaço do MAC as gravações do francês Erik Samakh na Floresta da Tijuca, de 1990. O som de vento nas folhagens e animais silvestres acompanhará a imersão do espectador nas preocupações ecológicas e na natureza que, fragilmente, ainda resiste.

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