São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa desenvolvida por uma aluna de mestrado da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) pretende demonstrar a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a elaboração de material informativo sobre Aids direcionado à população surda.
Claudia Barbosa Pereira, autora da tese, por ter uma convivência próxima à comunidade de surdos há doze anos e saber de suas dificuldades de acesso à informação, especialmente nas questões de saúde, estuda, em sua tese de mestrado, como é absorção por esses pacientes, dos conhecimentos sobre Aids veiculados nos materiais informativos disponíveis. Pouco se sabe sobre isso, o que dificulta a formulação de material informativo específico.
Acerca disso, Claudia afirma que há estudos que sustentam que a Aids pode ser um problema de saúde mais significante entre a população surda se comparada com a ouvinte e que estudantes surdos tem menos conhecimento das causas e métodos de prevenção sobre o vírus. Devido a isso, estes pacientes são considerados um grupo de risco para o HIV/Aids e para várias doenças sistêmicas e bucais que podem estar associadas à infecção pelo HIV em pacientes soropositivos.
Assim, é necessário conhecer o grau de informação que esses pacientes possuem sobre o tema, para que seja possível desenvolver material didático específico e atuar na prevenção tanto da infecção do HIV como na prevenção e manejo de doenças oportunistas bucais em pacientes surdos soropositivos para o HIV.
Claudia está aplicando questionários – adaptados em Libras, é claro – para a avaliação de conhecimento prévio sobre AIDS e suas manifestações bucais. A pesquisa ainda está em fase de desenvolvimento, mas tem como objetivo final confeccionar um material audiovisual de orientação para a comunidade surda. Além disso, o trabalho busca conscientizar outros profissionais sobre a importância de se ter um olhar diferenciado em relação ao paciente surdo.