ISSN 2359-5191

04/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 19 - Sociedade - Museu de Arte Contemporânea
Para historiador, nacionalismo é corrente na arte mexicana do século XX

São Paulo (AUN - USP) - Poucas pessoas conhecem de fato a cultura mexicana livre de clichês. Com o objetivo de apresentar a diversidade artística de seu país, Enrique Franco, historiador e curador-chefe do Centro Cultural São Domingo - México, expôs o tema: “Nacionalismos e Movimentos Artísticos na Arte Mexicana” em palestra no Auditório do Museu de Arte Contemporânea, MAC, com sede na Universidade de São Paulo.

Enrique focou a palestra em pintores e músicos contemporâneos pouco conhecidos. Munido de slides e CDs, ele contextualizou cada artista em seu período histórico. A Revolução de 1910 é considerada um dos maiores marcos da sociedade mexicana. Esse movimento influenciou substancialmente a produção cultural posterior, que ficou caracterizada pelo nacionalismo. São os famosos muralistas. “A arte do México antes de querer ser arte, quis ser mexicana”,concluiu o curador.

Entretanto, a bandeira nacionalista foi colocada em segundo plano depois de 1950. As novas gerações começaram a se preocupar também com dilemas estéticos e pessoais que não compactuavam com o muralimo. Mas Enrique lembra que “os rompidores são importantes para as próximas gerações. A história se retroalimenta”.

Hoje, a globalização amenizou os traços típicos de cada nação, a arte passou a caracterizar-se por uma homogeneidade tanto na técnica como nos temas escolhidos. Existe ainda o regionalismo, mas muitas vezes ele está diluído ou até ausente na obra. Enrique frisa que o grande desafio está em não deixá-lo tão sutil a ponto de ser ignorado.

MAC de Curitiba abrigará exposição inédita

Enrique Franco veio ao Brasil, originalmente, para a inauguração do MAC de Curitiba, incumbido de organizar a primeira exposição do museu, que prestará uma homenagem ao México. As peças escolhidas para a mostra não são ocasionais: fazem parte da coleção nunca divulgada de Pascoal Gutierrez. “É uma exposição inédita em um museu inédito,” ressalta Enrique.

O acervo de Gutierrez (1927-1975) ficou por quase trinta anos fechado. Somente em 1994 seus filhos abriram a coleção para pesquisa. São 145 peças que abrangem quase todos os estilos de pintura mexicana. A exposição será aberta em novembro no MAC, onde permanecerá por três meses. Depois disso, retornará ao México e ficará fechada, sem previsão para futuras exibições.

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