São Paulo (AUN - USP) - O governo brasileiro tomou uma atitude rápida para evitar a propagação do vírus H1N1, que provoca a gripe A. Essa é a opinião de Valentim Gentil Filho, professor da Faculdade de Medicina da USP. Durante o Primeiro Encontro de Saúde Mental, realizado no Instituto de Psicologia dessa universidade, ele explicou que para o sucesso de políticas públicas como essa é preciso planejar ações que sejam justas e que considerem a abrangência dos cuidados oferecidos, os custos, a hierarquia das necessidades de saúde do povo e o tempo de duração.
As ações propostas em uma política pública devem ser abrangentes, ou seja, têm que dar conta de todas as pessoas e de diferentes problemas, mas, ao mesmo tempo, elas têm um orçamento restrito e precisam se preocupar com o custo de cada ação. Valentim explica que o grande desafio é saber hierarquizar as necessidades de saúde da população e oferecer assistência aos problemas que atingem mais pessoas, assim, a verba pode ser usada de forma a prestar maior assistência com o menor custo possível.
Além disso, o tempo de duração das medidas previstas é importante. Valentim lembra que quanto mais tempo tiver que ser dedicado a cada paciente, menos pessoas poderão receber atendimento.
Se todos esses itens forem considerados para a elaboração de uma política pública, ela se torna justa e oferece o que é necessário a quem precisa de atenção e cuidados.
Vale lembrar que, além de se preocupar com todos esses itens, uma política pública deve ser fundamentada em ações com eficiência comprovada. Um exemplo citado pelo professor é o uso de máscaras para evitar a contração da gripe A. Segundo Valentim, isso é uma medida ineficiente, pois as máscaras normais não filtram o ar que é inalado, apenas equipamentos especiais e muito caros o fazem.