São Paulo (AUN - USP) - Estudo ainda não publicado da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) afirma que, em adolescentes HIV positivos, candidíase oral e leucoplasia pilosa são manifestações bucais mais frequentemente encontradas e podem ser marcadores da progressão da doença.
O objetivo da pesquisa foi o de determinar a principal manifestação oral em adolescentes entre 13 e 19 anos. Para isso 24 pacientes HIV positivos, do Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (CAPE) da FOUSP, passaram por exames orofaciais conduzidos por um dentista treinado.
A motivação para a realização do estudo partiu da constatação de que pouco se sabe das condições da saúde bucal do adolescente HIV positivo no Brasil, principalmente das ocorrências associadas com infecções orais e seu valor prognóstico da doença. Além disso, apesar de baixo, o número de adolescentes contaminados pelo vírus vem aumentando no Brasil – a principal forma de contaminação é a vertical, isto é, passado da mãe para a criança durante a gestação ou na hora do parto. No Brasil, onde o acesso a terapia antiretroviral altamente ativa (HAART- do inglês, Highly Active AntiRetroviral Treatment) é universal, as crianças têm longa sobrevida e chegam à fase de adolescência. Na África, por exemplo, as crianças infectadas, por não terem tratamento, não chegam à adolescência.
Manifestações orofaciais podem ser os primeiros sinais da infecção pelo HIV. As lesões como candidíase e leucoplasia pilosa, em particular, são marcadoras da progressão da doença, especialmente no que se refere à falência virológica em pacientes sob HAART.