ISSN 2359-5191

25/07/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 57 - Sociedade - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Mudança na cultura organizacional oferece desafios para o administrador de empresas

São Paulo (AUN - USP) - A cultura organizacional está para uma empresa assim como a personalidade está para um indivíduo. É por meio dessa analogia simples que o professor Joel Dutra, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, define o conjunto de hábitos, expectativas e atitudes de uma organização, entendido como a “cultura” da empresa. Operar uma mudança nesse código de valores não é uma tarefa simples. “Geralmente a empresa tem a impressão de estar alterando sua cultura quando, na verdade, está apenas adotando medidas ‘epidérmicas’, como se apenas rearranjasse os móveis da sala ao invés de trocá-los”, diz Dutra.

O professor ressalta que a influência da cultura organizacional sobre os negócios é significativa, o que reitera a complexidade da tarefa de mudá-la. É esse conjunto de valores, a própria essência da empresa, que transpira para fora do ambiente organizacional e interfere diretamente na maneira como a sociedade vê e avalia as suas ações. Os diversos públicos estratégicos, por sua vez, têm um papel básico no sucesso e lucratividade de qualquer empreendimento que a empresa se disponha a realizar.

Dutra explica que alguns teóricos dividem a cultura organizacional em três aspectos: artefatos visíveis, que são manifestações da cultura; valores, que orientam as ações da organização; e pressupostos básicos, que são inconscientes, mas condicionam as duas categorias anteriores, os artefatos visíveis e os valores. “Quando os pressupostos básicos não conseguem equacionar a forma como a empresa se relaciona com o meio em que está inserida, torna-se necessário empreender uma mudança na cultura organizacional”, afirma.

Para empreender essa mudança, é necessário tomar consciência dos mencionados pressupostos básicos e alterá-los. Contudo, essa não é uma tarefa fácil, segundo o professor. É muito comum que as empresas implementem ações que dão um aspecto de novidade às suas atividades, mas que não mudam nada em sua essência. “Uma empresa pode, por exemplo, implementar um programa de qualidade para obter a ISO (International Organization for Standardization), sem que isso altere a sua forma de ser na vida real”, diz Dutra. Sem a transformação verdadeira no quadro de hábitos, valores e atitudes de seu público interno, a empresa não terá sucesso em consolidar uma imagem nova perante a sociedade. “Porém, quando a organização implementa efetivamente uma mudança na sua cultura organizacional, essa novidade estará impressa em cada atitude da empresa, mesmo naquelas mais triviais”, finaliza o professor.

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