ISSN 2359-5191

22/09/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 60 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Estudo da FSP aponta que amamentação mais longa diminui risco de doenças

São Paulo (AUN - USP) - Incentivar o aleitamento materno ao menos nos primeiros seis meses de vida do bebê contribui para um menor risco de surgimento da obesidade infantil e outras doenças, como diabetes e hipertensão. A constatação integra os resultados da dissertação de mestrado da nutricionista Ligiana Pires Corona realizada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

A pesquisa procurou analisar a influência do aleitamento materno sobre o estado nutricional de crianças menores de três anos do município de São Paulo no período entre 1995 e 1997. Foram analisadas 760 crianças na amostragem final do estudo, sendo 50, 4% meninos e 49,6% meninas.

Ligiana explica que escolheu o tema do aleitamento materno por ser de extrema importância para a saúde da criança. “Além disso, a questão sobre prevenção da obesidade infantil ainda é muito controversa e, no Brasil, há poucos dados populacionais sobre o tema, já que a maioria das pesquisas é localizada”, diz.

Durante a formulação do trabalho, a nutricionista notou que o número de mães que amamentam seus filhos ainda é muito inferior ao recomendado. “Muitas razões são apontadas como empecilhos para o sucesso da amamentação, como informações deficitárias no pré-natal, diversidade de substitutos do leite no mercado, carência de apoio da família, elevado número de mães sem companheiro e necessidade de retorno da mulher ao trabalho”, afirma Ligiana, incluindo, na lista, casos em que há falta de estímulo por parte da equipe de saúde e também os partos realizados em hospitais que não participam da iniciativa intitulada “Hospital Amigo da Criança”.

Apesar do quadro ter apresentado mudanças através de ações conjuntas dos setores públicos e privados, o tempo de aleitamento materno exclusivo (AME) – período em que a criança consome somente leite de peito – ainda está muito abaixo dos seis meses recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “A baixa duração do AME acarreta em um maior risco para o desenvolvimento de obesidade e outras doenças na vida adulta, como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia”, alerta. “Portanto, uma amamentação mais longa colabora para a saúde atual e futura da criança.”

Uma das preocupações de Ligiana consistiu em reforçar que as iniciativas de estímulo sobre a importância do aleitamento materno precisam estar focadas, sobretudo, nas populações de menor renda e baixa escolaridade. Segundo a nutricionista, ações e campanhas em andamento para incentivar a amamentação, como a Semana Mundial da Amamentação, acabam sendo assimiladas por mães mais escolarizadas e com melhores condições econômicas. Para reverter esse quadro, defende que “é preciso investir em campanhas educativas e na capacitação contínua dos profissionais da saúde”. E reitera: “Como a decisão de amamentar compete à mãe, é necessário que ela compreenda a importância desse ato para que o processo tenha sucesso.”

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