ISSN 2359-5191

22/09/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 60 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Parceria com instituição suíça prevê análise sobre reforma do prédio da FAU

São Paulo (AUN - USP) - Alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP reuniram-se com estudantes e professores suíços para discutir sobre um local que conhecem muito bem e está situado na Rua do Lago, no campus da capital. Trata-se do edifício sede da faculdade, projetado pelo engenheiro-arquiteto, João Batista Vilanova Artigas, para quem “a FAU é um espaço fluído, integrado, somático. A pessoa não sabe se está no primeiro andar, no segundo ou no terceiro”.

Nas duas últimas semanas do mês de agosto, o Grupo de Disciplinas de Projeto realizou uma oficina sobre as estruturas e espaços da unidade em conjunto com o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zürich). O tema do encontro, que está em seu segundo ano, integra a iniciativa de dois professores, responsáveis por ministrar a atividade, com o objetivo de estimular a discussão sobre as reformas no prédio construído entre os anos de 1961 e 1969.

A idéia do acordo de cooperação entre as duas instituições surgiu há quinze anos e partiu do lado suíço, por meio do contato feito pela professora da ETHZ Annette Spiro, uma admiradora do trabalho de Paulo Mendes da Rocha, professor aposentado da FAU, considerado um dos principais expoentes da arquitetura brasileira contemporânea. O interesse inicial de Annete era apenas divulgar a obra do arquiteto brasileiro não muito conhecida na Suíça.

De lá pra cá, a arquitetura brasileira ganhou repercussão internacional. Em 2006, Paulo Mendes da Rocha foi o vencedor do Prêmio Pritzker, o mais conceituado da arquitetura mundial. Segundo Milton Braga, professor da FAU, “a arquitetura que se faz no Brasil está mais próxima da arquitetura moderna e teve seu interesse renovado”, ressalta, enfatizando que o País manteve uma arquitetura de alta qualidade, apesar de seus problemas sociais, como a falta de moradia.

Oficina de projeto
Nesse ano, a parceria contou com interesse crescente de estudantes e professores dos dois países. “Foram selecionados um total de 12 alunos suíços, entre os cerca de 30 que queriam participar”, afirma Udo Thöennissen, professor da ETHZ. Na FAU, ao invés da seleção, foi necessário o cumprimento de créditos de algumas matérias referentes ao projeto e a disponibilidade de se dedicar à oficina no período da tarde durante as duas semanas do encontro.

Todos os alunos puderam conferir debates e palestras que versaram sobre a arquitetura paulista e o prédio da FAU. Uma delas contou com a participação especial do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Os uspianos também foram orientados pelos professores em seus respectivos projetos.

Antes de vir para o Brasil, os alunos suíços também participaram de palestras e realizaram alguns primeiros esboços, que foram transformados ou até mesmo descartados durante as reuniões. “Até então, as propostas eram muito radicais, mas ao conhecer o prédio, reconsideraram seus pontos de vista”, conta o professor Thöennissen, que se mostrou entusiasmado em repetir a experiência. Segundo ele, o mais interessante, porém, foi à possibilidade de se abrir para outra cultura e outro modo de trabalho. “Na Suíça, o trabalho é muito focado no resultado, estruturado demais”, diz. “Aqui o foco é diferente, mas também funciona.”

Os projetos realizados pelos alunos brasileiros e suíços servirão como base de pesquisa para um futuro plano diretor, conjunto de diretrizes que irão pautar os projetos de reforma, recuperação e restauração da unidade. Entretanto, não é apenas esse grupo que está trabalhando no assunto. Quatro dos cinco estúdios de projeto vão estudar durante cinco semanas o tema dos espaços da FAU.

“É tanta coisa que podemos pensar em ter diferentes grupos estudando os mais variados problemas”, comenta Milton. "Essa iniciativa não apenas abre o debate e levanta uma série de informações, como também produz cultura", acredita o professor. O Grupo de Disciplinas de Projeto criou um site e deverá desenvolver um jornal com os resultados da oficina. Quem andar pelos corredores da FAU encontrará dispostos nas paredes os projetos criados pelos estúdios.

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