ISSN 2359-5191

24/09/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 62 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Radar identifica objetos no subsolo urbano com mais precisão

São Paulo (AUN - USP) - Artigo recentemente publicado na revista científica Geophysics destaca técnica que permite saber com mais precisão sobre o número de objetos no subsolo de centros urbanos. A aplicação foi desenvolvida por um grupo de pesquisa coordenado pelo professor Jorge Luís Porsani, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, que conta com a colaboração do professor William A. Sauck, do Departamento de Geociências da Western Michigan University.

A análise é feita pelo método GPR (da sigla em inglês), que significa Radar de Penetração no Solo, o qual consiste no uso de ondas eletromagnéticas de alta freqüência, que varia de 10 MHz a 2.5 GHz, e possibilita a averiguação de objetos no subsolo urbano sem danificar o meio ambiente.

O mecanismo funciona da seguinte forma: o sinal, que é recebido da reflexão de artefatos, chega em forma de uma hipérbole. Porém, o trabalho investigativo mostrou que a reflexão de ondas eletromagnéticas em estruturas metálicas próximas também causava uma interferência, dificultando a estimativa dos artefatos locais.

Dessa forma, os pesquisadores do IAG analisaram o fenômeno utilizando vários tambores metálicos num determinado espaço. A cada dois tambores, se verificava a formação de uma terceira hipérbole, sendo que essa era captada pelo radar.

“Nosso estudo permitiu identificar a nova interferência e apresentar o efetivo procedimento para a sua remoção”, explica o professor Porsani. Além do cálculo mais preciso de artefatos no subsolo, a pesquisa oferece um conhecimento aprofundado do espaçamento entre esses objetos, fundamental para realizar o mapeamento voltado aos estudos arqueológicos, bem como engenharia civil e planejamento urbano.

A iniciativa faz parte de uma das linhas de pesquisas realizadas no Sítio Controlado de Geofísica Rasa (SCGR), área que fica em frente ao IAG, dentro do campus da USP na capital. Inaugurado em 2002, o espaço é usado como laboratório de aulas práticas. É nele que o grupo capitaneado por Porsani iniciou a análise com o GPR. Chamado também de test site, o SCGR, tal como foi elaborado, foi pioneiro no Brasil. A Alemanha também resolveu criar um modelo próprio, com características semelhantes ao uspiano.

Órgãos estatais paulistas, como a Companhia Metropolitano de São Paulo e a Sabesp, além da empresa AES Eletropaulo e a Prefeitura de São Paulo demonstraram interesse pelas pesquisas. Em relação às expectativas dos próximos frutos no sítio, Jorge Porsani mostra-se otimista. “Temos boas perspectivas porque o local tornou-se uma excelente oportunidade para que nossos estudantes aprendam mais sobre geofísica através de pesquisas aplicadas”.

Iniciados em 1999, os estudos receberam apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e foram concluídos em 2007.

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