São Paulo (AUN - USP) - No dia 16 de setembro foi inaugurado o Laboratório de Biologia Oral na Faculdade de Odontologia (FO) da USP. A construção significa um marco dos trinta anos da unidade associados ao Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). A reitora Suely Vilela esteve presente na cerimônia de inauguração. Na porta do novo laboratório, foram plantadas três árvores de espécies diferentes, simbolizando cada década de vínculo com o ICB.
Em 1969, quando o instituto foi criado, vários professores de algumas unidades da USP se deslocaram para lá. Deste modo, a FO ficou sem um laboratório para trabalhos voltados à pesquisa aplicada em caráter inicial. “Há décadas que se sonhava com essa realização”, relata Victor Arana, professor titular em Biologia Oral e chefe do novo laboratório.
Arana salienta que, por muitos anos, falou-se da necessidade da construção do espaço, mas com a gestão do atual diretor, Carlos de Paula Eduardo, houve um compromisso com o projeto. Em 2006, a maquete foi apresentada à Congregação da FO que a aprovou por unanimidade. O laboratório foi construído embaixo do prédio principal, onde aproveitaram as colunas de sustentação e aprofundaram o terreno. Essa ação deu origem a um amplo ambiente de 400 metros quadrados.
As obras foram patrocinadas em duas etapas: a primeira delas foi fomentada pela Fapesp que, em dois anos, cedeu um montante de R$ 240 mil referentes à reserva técnica institucional. Em 2008, foi encaminhado um pedido à Reitoria para a conclusão da obra. Nesta segunda etapa, foram fornecidos mais R$ 235 mil. O Laboratório de Biologia Oral contará com o que existe de mais moderno no meio odontológico e as verbas para a compra de materiais foram encaminhadas. Parte dos equipamentos será aproveitada da própria linha de pesquisa do professor Victor Arana.
Bancadas e o Biotério
O trâmite para se realizar pesquisas básicas ficará mais fácil, o que deve representar um alento para os estudantes de Odontologia. “Precisávamos ter um laboratório com infra-estrutura em pesquisa básica e alguém com experiência voltada para isso”, ressalta o professor Arana.
De acordo com a grade curricular, os discentes passam o primeiro e o segundo anos quase que inteiramente ministrando suas disciplinas no ICB. Esse imbróglio acontecia em decorrência de que nem sempre os laboratórios daquela unidade tinham disponibilidade para os alunos da FO, uma vez que o instituto abrange uma variada gama de outras faculdades.
Para o mês de outubro, a Reitoria já liberou uma verba de R$ 70 mil para a compra de bancadas devidamente adequadas para o uso em laboratórios desse segmento. A fase de licitação começa este mês.
A FO dispunha de R$ 80 mil para a construção de um biotério (lugar onde se criam ratos e camundongos para fins científicos), porém, a verba era considerada insuficiente para a conclusão do projeto. “Esse dinheiro estava parado desde então, e com a construção do novo laboratório, ela pode ser viabilizada”, explica Arana. Com isso, acredita-se que a independência técnica aumenta consideravelmente. Foram comprados “racks” de última geração, que são estantes para o alojamento dos animais. Eles impedem que o cheiro se prolifere e ainda são mais higiênicos que os usados em outros biotérios.