São Paulo (AUN - USP) - A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP vem recebendo residentes da Universidade da Flórida, que durante um mês, passam por um treinamento de cirurgias envolvendo fraturas em animais de pequeno porte. O professor Cássio Ferrigno, especialista em ortopedia, é responsável pelo projeto, que já recebeu três residentes nos últimos anos.
Segundo o professor, a idéia surgiu durante a realização de seu pós-doutorado na Universidade da Flórida. Os veterinários de lá perceberam sua experiência no tratamento de fraturas e, então, propuseram a parceria como oportunidades para a troca de conhecimentos. Um dos motivos para a deficiência no atendimento desses casos é a falta de ocorrências. “Enquanto que aqui no HOVET (Hospital Veterinário) recebemos pelo menos um caso por dia, lá eles só contam com um por semana, ou um a cada duas semanas”, afirma Ferrigno.
Apesar de a FMVZ estar conveniada à Universidade da Flórida, através da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt), este projeto não é institucionalizado. Trata-se de um acordo firmado entre o professor, responsável pelo Laboratório de Ortopedia e Traumatologia Comparada e o chefe de serviço da unidade na Universidade da Flórida. “Isso só foi possível de ser realizado porque o trabalho desenvolvido pelas duas faculdades é muito parecido, possui os mesmos parâmetros”, diz Ferrigno.
Talvez por isso, a adaptação dos residentes no Brasil não tenha sido tão difícil. De acordo com o professor, nem mesmo a língua foi uma barreira: “as duas meninas que vieram, falavam um pouco de português e espanhol. E quando a comunicação não era possível, meus pós-graduandos, que falam bem o inglês, faziam a ponte entre elas e o cliente”.
Ferrigno apontou ainda, que o trabalho não é uma via de mão única. Além de outras oportunidades, pode abrir portas para a produção universitária brasileira no exterior. “Em primeiro lugar, quando a faculdade fica conhecida nos EUA isso facilita muito a publicação e a visibilidade dos trabalhos. Depois, fica mais fácil mandar alunos daqui para lá. E, por fim, é importante para a universidade receber pessoas de fora, pois da mesma forma que eles aprendem com a gente, a gente aprende muito com eles”.