ISSN 2359-5191

11/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 20 - Saúde - Faculdade de Medicina
Prato educa obesos para uma qualidade de vida melhor

São Paulo (AUN - USP) - Com o objetivo de orientar a população para um estilo de vida melhor, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP está realizando uma série de palestras mensais. A campanha é coordenada pelo Prato (Projeto de Atendimento ao Obeso), um grupo multidisciplinar que enfoca a obesidade de uma maneira diferente, sob o ponto de vista de diversas áreas, como a psiquiatria, a psicologia, a endocrinologia, a nutrição, a educação física, e que também trabalha com imagem corporal, além de contar com diversas atividades como dança do ventre e biodança, para auxiliar a pessoa que está acima do peso a lidar melhor com a situação.

No dia 14 de outubro, será realizada uma palestra abordando a importância da prática de atividades físicas. A endocrinologista Anete Hannud Abdo, uma das realizadoras do projeto, diz que o evento pode ser considerado como uma reunião psicoeducacional interativa, em que são feitas dinâmicas para se explicar os conceitos, e também se tiram os mitos, como de medicamentos e dietas milagrosas, através de perguntas e respostas. No dia 11 de novembro, o tema trabalhado será o da imagem corporal, que visa a ajudar o obeso a enxergar sem distorções a forma de seu corpo. A idéia de se fazer estas palestras surgiu devido ao sucesso do tratamento oferecido pelo Prato; há uma procura muito grande, sem que no entanto haja condições para atender a toda a demanda. Assim, ao invés de oferecer práticas e acompanhamento, as palestras só orientam a pessoa obesa para uma reeducação alimentar e para uma mudança no estilo de vida.

A obesidade é um problema que tem aumentado muito nos últimos anos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Devido às várias inovações tecnológicas, as pessoas tornaram-se mais sedentárias, e adquiriram maus hábitos alimentares, tendo com isso uma diminuição da qualidade de vida. De acordo com um estudo realizado em 1997 nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil – o que representa dois terços da população nacional - entre os adultos, há uma prevalência de obesidade em 7% dos homens e 12% das mulheres. E crianças de até 3 anos, filhas de pais obesas, têm quatro vezes mais chances de se tornarem obesas. Segundo ainda uma estimativa da Organização Mundial da Saúde, feita em 1998, cerca de 7% da população mundial sofre de obesidade, o que significa algo em torno de 250 milhões de pessoas. Outro problema, detectado em um estudo de 1989, é de que a maioria dos obesos que emagreciam, recuperavam todo o peso em quatro anos. É necessário que haja uma orientação educacional para a manutenção, com acompanhamento.

Outra intenção do projeto é a de chamar a atenção dos governantes para questões políticas e de cidadania que contribuem para o problema. A idéia é de mostrar a importância de se oferecer acesso à orientação e infra-estrutura pública para a prática de atividades físicas, como calçadas, praças e parques próximos às áreas residenciais, sem buracos e bem iluminados, e com segurança. De acordo com o Prato, 30 minutos de caminhada, cinco vezes por semana, reduz em 40% as chances de um infarto.

Para maiores informações, acesse o site http://www.hcnet.usp.br/ipq/.

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