São Paulo (AUN - USP) - “Seremos os primeiros no hemisfério sul a ter o laser de teraWatt.” A previsão é do físico Nilson Dias Vieira Junior, chefe do Centro de Laser e Aplicações, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), sediado no Campus da USP da Capital. A idéia é desenvolver a tecnologia amplificando um feixe laser com potência de 10 gigaWatt até teraWatt. Caso a previsão se confirme, em meados de 2003, o Brasil entrará para o pequeno grupo de países detentores da técnica.
Os pesquisadores já realizaram, em setembro, a primeira aplicação do laser de 10 gigawatt em um material metálico. “Notamos que não existiu efeito térmico, ou seja, cortamos o material, utilizando enorme quantidade de energia, e não houve aquecimento”, explica o cientista. Com isso, será possível aplicar a mesma técnica em tecido humano.
Baixos custos
Nilson Dias conta que em uma única aplicação do feixe de laser, em curtíssimo período de tempo, haverá uma potência que é aproximadamente dois terços de toda potência elétrica gerada no mundo. “Esta tecnologia estará disposta numa mesa de três metros por um e meio, a um custo de aproximadamente um milhão de dólares. Há alguns anos atrás, os poucos países que detinham esta tecnologia gastaram bilhões nesse tipo de projeto”.
O novo experimento poderá ser aplicado na construção de fontes de Raios–X de dimensões extremamente pequenas. Com isso, produzirá imagens do tecido vivo que poderão ser ampliadas e ajudarão no diagnóstico de enfermidades, inclusive do câncer, com maior precisão e resolução. Além disso, explica o cientista, separará com precisão submicrométrica o material aquecido do tecido biológico sem desnaturar as proteínas, preservando o material sadio.
Mais informações: (0XX11) 3816-9301, pelo e-mail laser@net.ipen.br ou no endereço http://www.ipen.br