São Paulo (AUN - USP) - A VIII Semana de Psicologia da USP questionará esse ano o utilitarismo. Os alunos do Instituto de Psicologia optaram pelo tema porque acreditam que é preciso dar voz à perplexidade em relação às tentativas de se criar determinações para os atos humanos. O debate tem início no dia 21 de outubro às 9h e será realizado no Anfiteatro do Instituto de Psicologia.
A Semana contará com pesquisadores de diferentes áreas: Psicologia, História e Antropologia. Isso porque se pretende fazer um estudo amplo, já que o utilitarismo atinge diversos campos. Além disso, estão previstas apresentações musicais de Maíra Cursino e Hans Reik e do grupo Chipanzé Clube, na segunda-feira. Além de oficinas de teatro, com Manuel Candeias, de música contemporânea, com João Paulo Costa do Nascimento, e educação somática, com Hans Reik.
As palestras serão agrupadas por temas e divididas em sete mesas. Dentre os temas destaca-se a discussão sobre os limites das ligações entre vida e obra na literatura. Os autores analisados serão Graciliano Ramos e Fernando Pessoa, que apresentam claros indícios de diálogos entre suas vidas e obras, que se comunicam e se unem em uma única existência, sem subordinações. Outra é a “mesa trabalhar”, que toma como ponto de reflexão trechos do texto de Marilena Chauí sobre o direito à preguiça e questiona a importância do trabalho para o homem do século XXI, o direito de usufruir as riquezas por eles geradas, a cobrança constante para a superação de seus desafios e a competitividade. Para integrar essa mesa foi convidado o historiador da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Jorge Grespan.
Também compõe o programa a “mesa conhecer”, que visa questionar o papel da atividade intelectual e questionar a hegemonia da ciência na composição do pensamento. A “mesa sonhar”, da qual participarão psicólogos, antropólogos e psicanalistas. A “mesa lembrar”, onde será rememorada a trajetória, dentro e fora da psicologia, dos professores do Instituto de Psicologia e a mesa brincar, que pretende analisar a atividade que permite com que as pessoas se relacionem intimamente com as coisas do mundo.
Não será deixada de lado a discussão sobre as clinicas do próprio Instituto, que prestam serviços para a comunidade. Na “mesa clinicar” a intenção é problematizar se as formas de atendimentos à população e os limites dados pelos semestres letivos e pelas modalidades de atendimento acabam servindo mais para o aprendizado do aluno do que para satisfazer as necessidades dos pacientes