São Paulo (AUN - USP) - Diversas são as receitas para atrair marido, no entanto, poucas são as orientações para sair de um relacionamento. Praticamente ninguém lida bem com a separação. Para o professor Ailton Amélio da Silva, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, essa é a fase mais traumatizante de um relacionamento – principalmente para quem está sendo deixado.
Felizmente, há como minimizar os problemas. Como se esquecer da pessoa amada? É possível se desapaixonar por alguém? Em sua clínica, o professor utiliza um método para aliviar a dor que consiste em quatro etapas:
A primeira é a desidealização do ser amado. Aquela garota linda, maravilhosa, atenciosa não existe mais. Ela o faz sofrer. Aquele príncipe encantado, idem. Ou melhor, eles nunca existiram. Sim, ninguém é e nunca foi perfeito. Com isso, basta pensar nos defeitos de quem se ama. Deve-se entrar em contato com as partes ruins da pessoa, para que assim seja possível ver realmente como ela é.
Muitos, apesar de desidealizarem o parceiro, insistem que ainda há amor do outro lado, ainda há esperança. A segunda etapa é se certificar de que a pessoa já não gosta mais de você. Se ainda existe esperança da reciprocidade, o rejeitado deve confirmar se ela é procedente.
Caso seja negativo, resta seguir para a terceira etapa: tomar consciência da insegurança que possui aquele ao ser deixado. Depois, vem a quarta – queimar pontes. Gritar, chutar a porta da casa do amado, devolver recordações antigas, não freqüentar lugares comuns durante o relacionamento, parar de ouvir a música que marcou o primeiro beijo... Enfim, quaisquer que sejam as pontes, devem ser destruídas.
Desidealização, reconhecimento da falsa esperança e da insegurança e aniquilação das pontes. Essas são as etapas a se passar após o fim de relacionamento. Atravessá-las não é tarefa fácil. Mas também nada que seja impossível. A separação, apesar de traumática, gera um alívio para ambas as partes. “Às vezes é melhor se separar. Antes só do que mal acompanhado”, atesta Ailton. Se o amor acabou, não há como forçar, nem há uma poção mágica para retomá-lo. A fila anda.