ISSN 2359-5191

25/11/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 88 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Pavimentos permeáveis podem prevenir enchentes em centros urbanos

São Paulo (AUN - USP) - Técnicas de instalação de pavimentos permeáveis foram testadas pelo engenheiro da Prefeitura de São Paulo e mestrando da Escola Politécnica (Poli) da USP, Afonso Corrêa Virgiliis. O estudo, cujo objetivo era estabelecer uma metodologia viável e eficaz para esse tipo de instalação, foi realizado no estacionamento do Centro Tecnológico de Hidráulica, na Cidade Universitária.

A aplicação desses pavimentos ajudaria a evitar as freqüentes enchentes nos centros urbanos. Ela consiste na absorção e armazenamento das águas das chuvas, escoadas para o sistema clássico de drenagem urbana somente após os picos de cheia. Para que o pesquisador pudesse medir o volume da infiltração das águas foi colocada uma geomembrana impermeável diretamente sobre o solo original, seguida de diferentes camadas de materiais, que permitem o armazenamento da água e a sustentação da superfície permeável.

Virgiliis testou dois tipos de pavimentos permeáveis: o Concreto Poroso Asfáltico (CPA) e blocos de concreto pré-moldado e ambos apresentaram resultados positivos. As diferenças consistem na técnica e agilidade de instalação. Enquanto o CPA depende de equipamentos específicos e pode ser rapidamente instalado, os blocos têm uma montagem mais lenta e dependem de mão-de-obra qualificada. O pesquisador, no entanto, afirma que não se pode estabelecer qual dos dois materiais é melhor, pois ambos apresentaram ótimo nível de permeabilidade: “A diferença talvez esteja na hora de fazer algum reparo, nesse caso, os blocos levam vantagem”, pondera.

No entanto, os pavimentos permeáveis não podem ser utilizados em locais de tráfego pesado, mas somente em áreas como estacionamentos, calçadas e parques, que possuem tráfego leve ou médio. Os custos também não colaboram para tornar a tecnologia uma prática comercial. Mas Virgiliis afirma: “Uma vez que haja concorrência entre fabricantes, a tendência é o barateamento do produto”.

Além disso, ainda não foram constatados resultados da instalação à longo prazo, em relação à durabilidade do material, probabilidade de obstrução dos poros ou outro tipo de complicação possível. Ainda é preciso estudar as águas que penetram no solo, para avaliar o risco de contaminação dos aqüíferos, por metais pesados ou outros elementos. Virgiliis ainda pretende esclarecer essas questões, dando continuidade à sua pesquisa.

Perspectivas
Os pavimentos permeáveis já são utilizados nos EUA, Japão e alguns outros países. No Brasil, sua utilização com a finalidade de armazenamento de águas é inédita, apesar de os pavimentos já serem empregados em alguns lugares pela iniciativa privada, porém sem técnica de instalação definida. A Prefeitura de São Paulo já começa a avaliar a sua utilização, porém sem projetos definidos.

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