São Paulo (AUN - USP) - Tem início no dia 13 de novembro uma exposição de 16 aquarelas, que serão leiloadas em prol do Grupo de Ortopedia Oncológica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A exibição ficará aberta ao público no espaço cultural do prédio do IOT por um mês, e o leilão ocorrerá no dia 12 de dezembro.

As obras foram doadas pela sua autora, a artista plástica Sophia Tassinari, por sugestão de sua curadora e amiga Radha Abramo. A idéia surgiu na época em que Radha era diretora do acervo do Palácio dos Bandeirantes, com a visita de um grupo de crianças atendidas pelo IOT. Ela ficou sensibilizada e procurou uma maneira de ajudar. O médico Alberto Croci, presidente da Fundação Ortopedia, que visa captar e gerenciar recursos para o IOT, diz que essa doação “caiu do céu”. Ele sonha que isto possa se tornar algo grande, apesar de não terem nenhuma experiência anterior em leilões. A renda obtida vai beneficiar crianças de 4 a 16 anos que sofrem de câncer ósseo, através da compra de equipamentos e aparelhos, medicação e próteses.

As aquarelas também têm um valor histórico: representam uma época, uma cidade que não existe mais. Elas serviram de estudo para afrescos encomendados pelo industrial Armando Capone, que enfeitaram a extinta Fábrica de Tecidos e Bordados Lapa – nem os afrescos nem a rua onde ficava existem mais. Um detalhe interessante é o tema das obras: são traços infantis, com mães e crianças em situações corriqueiras. Sophia, que era amiga da família de Capone, ressalta a preocupação inusitada que este tinha com o social, com os direitos das mulheres. Havia uma clínica médica, uma creche e um local apropriado para amamentação.

O Rotary Club – Avenida Paulista intermediou o encaminhamento das obras ao IOT, junto à Fundação Ortopedia. A parceria pretende organizar mais quatro leilões durante o ano de 2003, para angariar fundos para suprir as diversas áreas do Instituto carentes, já que as drogas, os procedimentos cirúrgicos e os aparelhos são muito caros, e os recursos públicos são limitados.

A exposição estará aberta para visitação de segunda a sexta, das 7 às 16 horas.