São Paulo (AUN - USP) - Educação corporativa existe majoritariamente em grandes empresas e é voltada para o atendimento das estratégias de gestão. É o que demonstra a pesquisa feita sob a coordenação da professora Marisa Eboli, da FEA-USP, em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e com o Programa de Gestão de Pessoas (PROGEP). Os resultados foram apresentados no 1º Simpósio Internacional de Educação Corporativa, no dia 27 de novembro.
A pesquisa foi feita para comemorar os dez anos de educação corporativa no país e teve os objetivos de apresentar o panorama geral dos vários aspectos relacionados ao tema e identificar práticas correntes das organizações no Brasil. Ao todo, 54 empresas de setores diversos, desde saneamento e eletroeletrônica até saúde, vestuário e bancos, responderam a um questionário eletrônico, em dois meses de coleta de dados, de 27 de agosto a 20 de outubro.
Através da análise dos dados coletados, a pesquisa conclui que educação corporativa é realizada destacadamente por grandes empresas, o que demonstra uma necessidade de visão das pequenas e médias empresas sobre o assunto. No âmbito das empresas pesquisadas, os Sistemas de Educação Corporativa (SEC’s) existentes apresentam maturidade técnica, pessoal e gerencial, sendo ligados a níveis estratégicos empresariais. Isso quer dizer que as ações educacionais são voltadas para o atendimento das estratégias das empresas. Concomitante a esse fato, os resultados das ações do SEC são desvinculados da avaliação por desempenho e da remuneração dos funcionários.
O estudo apurou também que há um grande potencial de crescimento das práticas de educação à distância. Dados pontuais foram destacados, como os de que os responsáveis pelos SEC’s são em sua maioria mulheres (70%), com idade entre 30 e 49 anos (72%), com graduação em administração ou psicologia (59%) e pós-graduação em administração e RH (72%). Eles têm entre um e dez anos de empresa (61%).
A pesquisa aponta igualmente os desafios para a educação corporativa, como promover acesso irrestrito a todos os públicos internos e externos, integração entre ações dos SEC’s e das demais áreas da empresa e conscientização e participação das lideranças empresarias em todo o processo educacional. Há ainda a necessidade de superar barreiras culturais para a consolidação da educação corporativa e de estabelecer essa prática como elemento indutor da sustentabilidade da empresa.
Quanto às tendências, observa-se um uso contínuo de tecnologia e sistemas de informação e de parcerias com outras empresas, formando universidades setoriais.