São Paulo (AUN - USP) - Estudantes na cidade de São Paulo acordam antes mesmo do sol nascer para ir para a escola. Não é incomum, portanto, ver adolescentes e crianças com o olhar sonolento se arrastando para a aula. Um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do sono da USP estabelece, que metade dos alunos do período da manhã enfrentam problemas em dormir com o horário imposto pelas escolas.
Alunos que estudam no período da manhã dormem em média duas horas e meia a menos do que o normal. Quase 50% dos alunos apresentam sonolência e dificuldade de realizar tarefas diárias entre uma vez e três vezes por semana. Isso se traduz também num ciclo de sono mais comprido nos fins de semana e um nível de estresse maior do que os alunos do período da tarde. 7,5% dos alunos da manhã tomam algum tipo de medicação para dormir ao menos uma vez por semana; Apesar destes resultados, o desempenho escolar dos alunos da manhã foi 0,697, superior a média de 0,561 verificada em alunos da tarde. O estudo não discute sobre essa diferença.
Uma colaboração entre Rubens Reimão, neurologista da Faculdade de Medicina da USP e Gema Mesquita, fisiologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esta pesquisa faz parte de um estudo maior, envolvendo as desordens de sono encontradas em adolescentes que não dormem o suficiente. É, também, a primeira vez que uma relação é apresentada entre o sono dos estudantes do colegial e o seu desempenho acadêmico.
A pesquisa, que envolveu a participação de 160 alunos de duas escolas, uma privada e uma pública, com idades entre 15 e 18 anos, avaliou a qualidade subjetiva do sono individual, a duração do sono de cada um e a sonolência residual durante o dia. O desempenho escolar foi medido através de uma média aritmética baseada nos boletins dos alunos participantes.