ISSN 2359-5191

22/11/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 24 - Educação - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Estudantes da rede pública produzem ciência

São Paulo (AUN - USP) - Alunos da 5ª série de 26 escolas municipais irão aprender a produzir ciência utilizando mini-estações metereológicas. Trata-se do projeto “Meio Ambiente e a Escola”, uma parceria entre o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e a Prefeitura de São Paulo. Para coordenar o desenvolvimento dos estudos científicos pelos estudantes, aproximadamente 400 professores da rede de ensino passarão por um curso de formação.

O projeto possibilitará o envolvimento de professores e alunos na medição das condições metereológicas (temperatura, umidade, vento, entre outros). Augusto José Pereira Filho, coordenador do projeto, comenta sobre o efeito positivo que isso tem nas escolas, já que cada unidade poderá desenvolver estudos conforme suas necessidades, seja para entender a formação das chuvas ou os efeitos do El Niño no clima de São Paulo.

As 26 escolas selecionadas estão distribuídas pela região metropolitana da cidade, formando uma rede de monitoramento dessas condições. Por sua vez, as mini-estações metereológicas estarão conectadas ao sistema da Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo (Prodam), que será responsável por fazer a conexão entre as escolas e disponibilizar, na internet, as informações coletadas.

A Prodam também irá levar a informação à Universidade. Os dados coletados servirão de base para análises mais detalhadas do tempo e do micro-clima da cidade de São Paulo, sendo uma ferramenta a mais para avaliar fenômenos como a poluição e as enchentes. “Existe também uma aplicação prática que é minimizar os efeitos desses fenômenos, disponibilizando as informações para órgãos como a CET e a Cetesb”, diz Pereira.

“O mais importante é o investimento a médio e longo prazo no pequeno cidadão. O contato, com conceitos de geografia, informática, matemática e língua estrangeira, necessários para trabalhar com a mini-estação metereológica, cria novas janelas para o alunos. Eles se sentem motivados a buscar outras fontes de conhecimento. E isso, talvez, seja uma oportunidade única para despertar dons científicos latentes”, explica Pereira.

O “Meio Ambiente e a Escola” é um desdobramento de um programa piloto iniciado em 1998, que se baseou num projeto norte-americano chamado “Earth Storm”. Àquela época, os trabalhos eram desenvolvidos somente com duas escolas da rede municipal e contavam com financiamento da própria Universidade. Em 2000, começaram as negociações para estender o programa pela rede e aumentar o número de professores habilitados.

O material didático, que será utilizado no curso de formação dos professores municipais, já está pronto. A apostila foi desenvolvida por docentes do IAG, com a colaboração do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de São Paulo (Crea-SP). Diferente do programa piloto, o “Meio Ambiente e a Escola” tem um caráter multidisciplinar, que envolve, além das Ciências Atmosféricas, a Geofísica e a Astronomia.

As aulas para formação dos docentes municipais estavam previstas para agosto deste ano, mas os contratos de financiamento e prestação de serviços ainda não foram liberados pelo departamento jurídico da Prefeitura. De acordo com Pereira, o curso foi remarcado para o começo de 2003 e a aquisição dos equipamentos se dará tão logo tudo esteja aprovado.

Mais informações: (11) 3091-4735 ou pelo e-mail apereira@model.iag.usp.br.

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