São Paulo (AUN - USP) - Cerca de 1,8 milhão de brasileiros são beneficiados anualmente com os materiais radioativos produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Porém, nem sempre a matéria-prima é nacional. Para mudar parte dessa realidade, cientistas do Instituto realizam, no mês que vem, os últimos testes do gerador via gel de tecnécio-99m, material radioativo utilizado em uma diversidade de diagnósticos, representando cerca de 85% dos exames em Medicina Nuclear. Com a nacionalização da técnica, ele acredita que o Brasil economizará inicialmente 300 mil dólares por ano.
O novo aparelho, com três litros de volume aproximadamente, gera tecnécio-99m líquido que, associado a diferentes substâncias, produz vários radiofármacos destinados ao diagnóstico médico. "O gerador estará no mercado a partir do primeiro semestre de 2003", prevê o pesquisador do Ipen, João Alberto Osso Júnior, um dos responsáveis pelo projeto.
Para dominar a tecnologia, os pesquisadores tiveram de desenvolver uma nova maneira de produzir a matéria-prima do gerador – o composto radioativo molibdênio-99, importado do Canadá. No aparelho nacional, o molibdênio está em estado gel; no similar estrangeiro está incorporado a um sólido, o óxido de alumínio. Essa diferença garante ao produto brasileiro qualidade comparada ao importado, com menor custo. Os trabalhos duraram cinco anos.
O Ipen é responsável pelo preparo e distribuição de geradores no Brasil, produzidos a partir do molibdênio-99 importado, abastecendo hospitais e clínicas em todo território nacional. "A demanda cresce cerca de 10 a 15% a cada ano", conta João Alberto. Esporadicamente o Instituto fornece o aparelho a países da América Latina. Com a chegada do gerador via gel de tecnécio-99m, o País será o segundo a produzi-lo comercialmente. O primeiro é a China.
Mais informações: (0XX11) 3816-9250 ou pelo e-mail jaosso@net.ipen.br