ISSN 2359-5191

12/02/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 110 - Economia e Política - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Bairro de Diadema serve de estudo para oficina na Bienal de Arquitetura

São Paulo (AUN - USP) - A parceria entre a prefeitura de Diadema e a IBA (Internationale Bauausstellung Hamburg – Exposição Internacional de Construção de Hamburgo-Alemanha) foi responsável pela produção da primeira oficina realizada dentro da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA), realizada recentemente no Parque Ibirapuera, que contou também com universidades brasileiras e alemãs. O projeto “Diadema, cidade para todos” abordou problemas urbanísticos do bairro de Serraria e teve duração de duas semanas.

A 8ª BIA recebeu financiamento do governo da Alemanha, com a exposição “Cidade para Todos”, que mostrava a visão de arquitetos alemães para soluções de problemas da “cidade de amanhã”. Já a entrada de Diadema na atividade começou com um diálogo informal entre um membro da prefeitura da cidade e um professor alemão, na Urban Age Conference em São Paulo, ocorrida no ano passado. As universidades participantes foram a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), a FAU-São Carlos, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, a Escola da Cidade e as alemãs Universidade de Hamburgo e Universidade de Hanover.

A adoção de Serraria como local de estudo se deu por sua complexidade, típica de regiões periféricas. O bairro tem problemas com áreas de invasão, isolamento, falta de áreas verdes, inundações, equacionamento viário difícil, favelas, grande densidade e pequenas e médias indústrias convivendo lado a lado com residências. “São modelos de planejamento que acontecem ao mesmo tempo numa só área”, afirma Pedro Moreira, da IBA.

Para abordar esses diversos problemas, as cerca de 30 pessoas foram divididas em cinco grupos de trabalho diferentes, cada um colocando um problema urbanístico. Eles foram elaborados a partir da visita à região. A metodologia de trabalho adotado foi introduzida pelos alemães, que partiram da premissa não induzir artificialmente o projeto aos alunos, mas os deixar detectar os programas eles mesmos.

A produção final dos grupos, também proposta pelos alemães, foi a realização de um storyboard sobre o tema trabalhado. Cada grupo tinha que formular uma espécie de narrativa com base em três personagens: o lugar, os protagonistas e o contexto. Por ser um modelo diferente dos tradicionais projetos de arquitetura e urbanismo, ele gerou estranhamento em alguns alunos, que o consideraram como uma diminuição de um problema real a uma “historinha”. A escolha desse formato se deu, no entanto, pelo fato de que os alemães estavam mais interessados em detectar e problematizar do que em apresentar soluções – até mesmo pela curta duração da oficina.

Outro estranhamento se deu pelo fato dos participantes da Alemanha não terem formação em arquitetura, mas em paisagismo e urbanismo. “Eles não acreditam no desenho do objeto como solução do problema. Eles apostam muito mais em uma coisa processual de leitura da realidade e, a partir disso, tirar as questões”, explica Pedro.

Embora a ideia de “cidade para todos” inclua a noção de maior integração, a participação dos moradores da comunidade foi reduzida, sendo somente convidados a acompanhar a apresentação dos resultados ocorrida na Bienal. Os resultados também foram apresentados nas universidades participantes e se espera a compilação deles em uma brochura. Há interesse de continuidade do convênio com a ida de brasileiros à Alemanha para a realização de outra oficina.

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