ISSN 2359-5191

15/02/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 111 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Arquiteto português defende arquitetura baseada em princípios humanistas

São Paulo (AUN - USP) - A arquitetura, a vida humana e o habitar têm que estar juntos. Isso é o que acredita o português António Baptista Coelho, membro do Grupo Habitar - Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional. Em palestra concedida aos alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Coelho apresentou sua pesquisa sobre uma habitação mais humanizada, iniciada em 2007.

O arquiteto afirma que uma casa só é boa quando é boa para todos. Segundo ele, o bem-estar estrutura as práticas do habitante e a violência é gerada pela exclusão. Assim, o edifício habitacional não deve ser um produto de consumo, mas uma residência que satisfaça todos os elementos práticos e psicológicos, uma vez que ela é tida como um mundo que nos protege. São casas que atingem um significado social, algo que não tem a ver com custo e sim com ampla qualidade.

O arquiteto defende que a arquitetura se valha de métodos interdisciplinares para a compreensão do habitar. Ele acredita que essa é a única metodologia possível para sua análise da habitação humanizada. O habitar também tem a ver com identidade, lugar e arte.

A relação da casa com diversos aspectos da cidade, então, é aspecto importante para a qualidade de vida. “As casas são cidades e as cidades, casas”, afirma. Ele critica a “super-urbanização”, que marcou a história do homem com a massificação e desumanização. A cidade europeia e as suas ruas eram um lugar de vida intensa e eram baseadas em atividades públicas, acredita. Ele diz, então, que não podemos cruzar os braços e a arquitetura deve visar a convivialidade e a forma urbana, de uma maneira que não seja rígida e dependente do automóvel.

O transporte e a interligação entre vizinhanças é um dos pontos destacados por Coelho como sendo importantes para uma habitação humanizada em “cidades efetivas e afetivas”. Ele afirma que se deve acabar com a ditadura dos tipos habitacionais, estimulando o convívio entre as pessoas.

O arquiteto defende que se pense em especial em duas figuras da sociedade importantes: o idoso e a criança. É importante pensar na cidade como um lugar que sirva ao bem-estar de seus habitantes de modo que seja possível crescer e envelhecer nela saudavelmente. Contribui para essa sensação agradável de convivência na cidade a segurança, sendo necessário criar um espaço “defensável”, acredita Coelho.

Um dos pontos essenciais para a melhor exploração do local público são os espaços verdes, pois “o verde tem a capacidade de humanizar”, afirma. Ele acredita que o urbanismo pouco considera a sombra e a natureza. No entanto, a relação da cidade, das áreas verdes e do lugar é vista por grande parte das pessoas como de grande importância para a defesa de uma convivência pública e, assim, uma cidade com maior qualidade de vida.

Em sua pesquisa, ele defende uma arquitetura que considera todos esses aspectos e analisa quais são as misturas e soluções físicas que já foram usadas de maneira positiva. Ele ressalta que o termo “habitar” vem do latim e significa “ter-se”, o que implica uma identidade entre a pessoa e o mundo.

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