São Paulo (AUN - USP) - Em dezembro, completa-se um ano de publicação de um estudo sobre o ensino de Mecânica Quântica, realizado por dois professores, sendo um da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O trabalho, fazendo uso de Mapas Conceituais, avaliou que os 32 estudantes de Física participantes tiveram uma percepção aceitável cientificamente na Interpretação de Copenhage de Mecânica Quântica.
A Teoria de Mapas Conceituais vem do norte-americano Joseph Novak. Ele define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento. Quando uma nova informação adquire significado para o aprendiz por meio de uma espécie de aprendizagem vertical baseada em aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do indivíduo. Na aprendizagem significativa há uma interação entre o novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam.
O Mapa Conceitual é uma espécie de infograma criado pela percepção do seu criador sobre um assunto. Para Romero Tavares, doutor em Física pela USP “no processo de representar e organizar o conhecimento do autor sobre um tema, o mapa conceitual transforma em concreto o que antes era abstrato”.
A proposta, caracterizada como curso de extensão universitária foi aplicada durante um período de 15 horas aula, distribuídas em 5 semanas, para duas turmas de 16 alunos, uma às quintas a noite e outra aos sábados de manhã. Os alunos eram todos de um curso de licenciatura em Física, mas não foram estipulados pré-requisitos, de modo que os participantes poderiam, ou não, ter tido algum estudo prévio de mecânica quântica.
Após as aulas, os alunos foram divididos em oito duplas, as quais apresentaram seus mapas para seus colegas e para a professora. Não foi realizada uma reconstrução dos mapas conceituais pós-críticas dos colegas e da professora.
As turmas eram diversificadas e incluíam alunos de todos os semestres do curso e a maioria deles já lecionava aulas de Física. A abordagem escolhida foi a qualitativa. Não foram abordados critérios como “os principais conceitos estão presentes?”. A temática visava compreender a forma com que os alunos faziam a relação. Tavares ao discorrer sobre o mesmo assunto, tem uma metáfora que esgota o assunto “existe algo de específico na maneira que cada um de nós vê uma cadeira, que reflete a forma idiossincrática que construímos esse conceito. Cada um de nós foi apresentado a uma cadeira e foi construindo esse conceito”. Dessa forma, o importante é entender como as pessoas constroem seus conceitos e não avaliar a peculiaridade deles.