ISSN 2359-5191

17/02/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 112 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Academia volta a pesquisar processadores multicore

São Paulo (AUN - USP) - Os processadores multicore, que possuem dois ou mais núcleos, estavam ausentes das pesquisas acadêmicas há anos. Com a indústria usando os processadores em novos campos, como os computadores domésticos, convocaram a universidade para solucionar novos problemas enfrentados no mercado.

O professor Marcos Dimas Gubitoso conta que a computação multicore é tratada desde a década de 1960. Em computação, segundo o professor, o modelo de processamento paralelo é usado há muito tempo, em diversos modelos diferentes. O tema se tornou tão estudado, com ápice na década de 1990, que acabou saindo da pauta das universidades.

Com a chegada de computadores domésticos equipados com processadores de diversos núcleos, a indústria convocou novamente a academia para ajudar a resolver novos problemas. Diversos pesquisadores que trabalhavam com o tema e estavam em outras áreas voltaram a pesquisar o assunto.

Dificuldades
Para Gubitoso, embora muitos programas estejam preparados para trabalhar em diversas "threads" - espécie de tarefas paralelas -, será preciso que os programadores aprendam a utilizar a capacidade de processamento em diferentes núcleos.

O professor explica que trabalhar com diversos núcleos é como ter diversos trabalhadores prontos a executar uma tarefa: é preciso coordená-los de forma eficiente e sem desperdiçar um deles sem fazer nada, ou esperando que o outro termine a tarefa dele.

"Essa é a maior dificuldade", afirmou o professor. Será preciso aprender a utilizar esse recurso de forma a criar prioridades e compartilhar as tarefas, de forma que nenhum deles fique ocioso enquanto outro utiliza sua capacidade máxima.

O professor explica que se todos os núcleos estiverem trabalhando ao mesmo tempo em menor capacidade ao invés de um só núcleo trabalhando em sua capacidade máxima, a energia consumida é menor. Assim, o sistema pode ser mais econômico.

Esse tipo de computação não fica restrita somente aos computadores, notebooks ou nos recentes netbooks - notebooks menores, mais simples e mais baratos. O que os técnicos chamam de "computação embarcada" é utilizado em carros, aparelhos hospitalares, celulares, sistemas de segurança, entre outros.

O pesquisador Gubitoso, que já foi diretor do IME, diz que um dos objetivos de quando retomou a pesquisa na área foi trazer novos pesquisadores do tema para a academia. Depois dos anos de interrupção, havia pouco interesse na área e os pesquisadores passaram a procurar interessados em entrar nessa linha de pesquisa.

Como resultado, o professor afirma já ter pesquisadores trabalhando para explorar as possibilidades atuais do multicore, com sua expansão da computação científica, voltada à pesquisa, para tarefas e programas do dia a dia, com os computadores mais simples já tendo capacidade de processamento de múltiplos núcleos.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br