ISSN 2359-5191

17/02/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 112 - Economia e Política - Escola Politécnica
Pesquisa propõe medidas para tornar terceirização logística eficiente

São Paulo (AUN - USP) - Para uma grande empresa, terceirizar o sistema logístico (transporte e armazenamento) soa como uma ótima idéia: além da redução de custos, os possíveis problemas dessa área também são transferidos para a outra firma. No entanto, o processo não é tão simples quanto parece. Em sua dissertação de Mestrado, defendida na Escola Politécnica (Poli) da USP, Raul Arellano Caldeira Franco realizou uma simulação de terceirização de serviço, tomando como base o caso de uma empresa na qual o processo resultou em prejuízo. Além de apontar todas as variantes e erros, o trabalho apresentou propostas para solucionar os problemas, e pôde ser utilizado como exemplo e referência para outras empresas interessadas em terceirizar seus serviços.

No caso analisado, a terceirização não obteve sucesso, pois houve vazamento de informação. Os funcionários do setor que não se demitiram quando souberam que em breve estariam desempregados começaram a roubar os estoques e até mesmo a parar de trabalhar. “Isso ocorreu devido à lentidão da transição. A empresa demorou cerca de seis meses para escolher quem contrataria, foram lançadas diversas propostas mercado” diz Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli e orientador da pesquisa.

Outro problema do processo é a falta de treinamento dos funcionários da terceirizada. Yoshizaki explica: “Quando um serviço desse tipo é contratado, a empresa de logística tem que aprender a lidar com a nova clientela, o que demanda tempo. Ela não sabe exatamente, por exemplo, como a entrega deve ser feita, qual é o gosto do cliente. Durante esse período, muitos deles foram perdidos”.

Franco montou uma simulação do processo considerando os critérios qualitativos, não somente a teoria da terceirização, mas analisando também qual será o comportamento da empresa durante essa mudança. Além disso, criou um modelo de sugestão, adotando práticas simples que acabariam com os problemas. Um exemplo é o sigilo total na negociação, o que evitaria maiores confusões com os funcionários. Outra proposta é um programa de treinamento mais eficaz, para que a transição seja mais rápida.

O professor explica que, nesse caso, a grande empresa achou que estava fazendo um ótimo negócio, pois a terceirização da rede logística barateia muito os custos. Ela mantinha funcionários próprios, que ganhavam o piso salarial e recebiam benefícios, portanto, matematicamente a contratação do operador seria muito lucrativa. Mas ele completa: “Esqueceram-se que as pessoas não são bonecos”.

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