São Paulo (AUN - USP) - "Simular uma estrela é fácil", conta o professor Marco Dimas Gubitoso, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, "enquanto simular uma simples ameba é muito difícil". Segundo ele, o projeto que coordena tem como desafio conseguir simular a complexidade dos tecidos biológicos usando computação.

O projeto de pesquisa desenvolvido no IME está construindo um simulador de tecidos biológicos para ser aplicado em diversas áreas de conhecimento. Com ele, será possível testar diversas situações e reações, tornando-se uma ferramenta para o estudo médico e biológico.

Gubitoso conta que os simuladores não são novidade na academia. Por isso mesmo, alguns se tornaram muito estudados e facilmente desenvolvidos, como o exemplo da estrela, ou simuladores dos jogos eletrônicos, que se tornaram padrão na indústria.

Simular tecidos biológicos, porém, é algo muito mais complexo, conta o professor. "São muitos detalhes que não podem ser ignorados e mudam completamente o funcionamento do sistema". Para alcançar os detalhes necessários à tarefa, os pesquisadores utilizam a computação, em seus níveis de capacidade mais acurada, utilizando a tecnologia de processamento em diversos núcleos, outra das linhas de pesquisa do professor Gubitoso.

O problema é que esse tipo de processamento também passa por pesquisas. Para quem escreve os programas, é preciso aprender a utilizar essa capacidade de processamento em múltiplos núcleos, para otimizar o processo. Esse tipo de processo ainda está sendo trabalhado para se tornar mais eficiente.

O projeto está com a primeira fase praticamente concluída, em fase testes e validação. "Ainda é preciso reproduzir os resultados e testá-los", diz Gubitoso. Atualmente, o projeto envolve apenas pessoas do IME, mas o professor já disse que há conversas com outras instituições para possíveis trocas de informação e aplicação dos resultados.