ISSN 2359-5191

14/04/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 04 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Chance de terremoto violento no Brasil é remota, afirma especialista da USP
“Sistema de controle permanente da atividade sísmica no país ainda é ineficiente”

São Paulo (AUN - USP) - Na sequência dos abalos sísmicos ou terremotos de grande intensidade que abalaram países da região como Haiti, Chile, cujos reflexos foram sentidos no interior paulista por leves tremores de terra, Havaí e recentemente Cuba, surgiu uma onda de temores que deu origem a vários questionamentos sobre as reais chances do Brasil ser afetado por esta escalada de terremotos.

Em meio a esta onda de rumores, O sismólogo Afonso Vasconcelos, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, disse que o Brasil por especificidades próprias tem chances muito remota de vir a ser afetado por terremotos de grandes proporções. Para aquele especialista, a formação terrestre do país não apresenta grandes níveis de deformidades nas suas rochas, o chamado fenômeno “intraplaca” principal causador de terremotos de grande magnitude, mas apesar disso “não se pode ignorar a possibilidade de uma surpresa”, concluiu.

Afonso Vasconcelos, advertiu que, deve–se investir mais nos estudos sísmicos do País, que ainda são pioneiros e precários devido ao elevado custo, bem como prestar–se maior atenção a algumas atividades humanas que podem causar sismos induzidos de leves proporções, como a construção de reservatórios de águas, córregos de engenharia etc.

Segundo o professor Vasconcelos, existe o mapeamento de algumas regiões características do Brasil, mais propensas a desenvolverem atividade sísmica relevantes no futuro. “Em São Paulo, temos uma bacia sedimentar com seis quilômetros de espessura, cuja falha do embasamento é desconhecida, e dependendo da gravidade dessa falha, isso pode um dia gerar um sismo, já que os sismos de grande magnitude ocorrem conforme o deslocamento de placas num espaço de 100 à 200 anos. Existe também o lineamento gigante que cruza o Estado de Pernambuco, resultante da separação física entre África e América Latina, e conforme o deslocamento desse lineamento vai aumentando, as chances de gerar um sismo intenso são ainda maiores. Esse lineamento está sendo reativado e já causou atividade sísmica leve em várias cidades situada ao longo da região, como Recife, Caruarú e São Caetano, por isso esse lineamento é considerado um pouco perigoso. Existe ainda a faixa sísmica Goiás-Tocantins”.

Para além destas regiões, o distrito de João Câmara no Rio Grande do Norte, a Amazônia, o Norte de Minas Gerais e Sul da Bahia, têm registrado também com freqüência algumas atividades sísmicas leves.

Os registros indicam que a primeira morte no Brasil, em decorrência de sismos registrou–se em dezembro de 2007, na região de Itacarambí, no Norte de Minas Gerais, quando um tremor de terra de 4,9 graus na escala Richter, que vai de 0 a 9, abalou aquela região.

Veja a seguir a cronologia de alguns sismos de baixa intensidade registrados no Brasil, ao longo do ano passado: Itaúna – Minas Gerais, março de 2009, Coxim – Mato Grosso do Sul, junho de 2009, São José do Rio Pardo - São Paulo, agosto de 2009, Paraíbuna e Vale do Paraíba – São Paulo, setembro de 2009, Macedônia e Mira Estrela – SP, outubro 2009.

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