ISSN 2359-5191

04/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 11 - Educação - Museu de Arqueologia e Etnologia
Museu de Arqueologia promove atividades de inclusão social

São Paulo (AUN - USP) - A inclusão social é, atualmente, um dos grandes desafios que se colocam para a Universidade: diversos programas de extensão são elaborados para que a comunidade externa à USP não a veja apenas como um local à parte, de passagem ou atividade profissional, e sim utilize efetivamente este espaço que, afinal, é público. É neste sentido que o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP) procura desenvolver projetos voltados à educação e inclusão de populações que, em geral, não teriam acesso a este tipo de instituição.

Segundo o professor Camilo de Mello Vasconcellos, da Divisão de Difusão Cultural do Museu, está prevista para maio uma nova iniciativa que busca diversificar o público do MAE, atualmente formado principalmente por crianças em idade escolar. O projeto “MAE e o Público Especial” será voltado para deficientes visuais, oferecendo um kit multisensorial composto por várias gavetas com maquetes táteis. A partir de diversas texturas – areia, pedras, bonecos de porcelana fria – são representados temas da arqueologia brasileira pertinentes ao acervo, como sambaquis, índios e arqueólogos em trabalho de campo. O kit inclui ainda uma apostila em braille e um CD de áudio, buscando dialogar da melhor forma possível com este público.

Outro projeto focado na inclusão é voltado aos moradores do Jardim São Remo, vizinho à Universidade. Desde 1995 o MAE atua junto às crianças da comunidade, promovendo visitas a exposições e oficinas educativas. A partir de 2005, esta iniciativa foi consolidada através de parceria com a escola de educação infantil Projeto Girassol, numa ação conjunta envolvendo o corpo docente, os alunos, os pais e o MAE.

Para aproximar o público infantil da instituição, foram desenvolvidas propostas lúdicas que abordassem assuntos relacionados ao acervo a partir da realidade das próprias crianças. Numa atividade sobre a noção de coleção, por exemplo, as crianças foram incentivadas a levar objetos que normalmente reúnem consigo, como brinquedos e figurinhas, antes de visitar a exposição do MAE, que trazia artefatos de diferentes sociedades.

Até junho deste ano, o projeto abordará a temática indígena, através de oficinas, músicas, alimentos típicos, visitas ao acervo do Museu e uma escavação simulada. Camilo ressalta que, durante todo o trabalho, a diversidade cultural é sempre um tema de destaque, por ser muito presente no cotidiano dos moradores do Jardim São Remo.

É principalmente por conta deste projeto que as crianças em idade escolar acabam sendo as principais frequentadoras do MAE (cerca de 90% do público total, segundo Camilo). Por isso, teve início em 2009 uma pesquisa cujo objetivo é entender qual o papel do Museu sobre o imaginário prévio destas crianças em relação ao índio, construído pela influência dos pais, da escola e dos meios de comunicação. Até junho serão aplicados questionários para tentar precisar em que medida este imaginário é modificado após o contato com o acervo, se diminuem os preconceitos e se os monitores têm papel importante neste processo.

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