ISSN 2359-5191

26/04/2000 - Ano: 33 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Simulador atmosférico ficará mais veloz e preciso

São Paulo (AUN - USP) - As previsões de tempo podem tornar-se mais precisas e rápidas com a conclusão de um projeto levado a cabo pelo Instituto de Matemática e Estatística (IME-USP). Um grupo de professores está processando mudanças importantes no programa de computador chamado RAMS (Regional Atmospheric Modelling System), desenvolvido anteriormente pela Universidade do Colorado em parceria com a empresa americana Aster.

O programa original foi projetado para rodar em computadores dotados de apenas um processador (Pentium, por exemplo), tendo limitações para operar em máquinas com vários destes componentes. Os brasileiros, também em conjunto com uma empresa privada, tentam adaptar o simulador atmosférico para essa tecnologia, chamada de computação paralela.

Com esse sistema, que pode contar com 8 até 60 processadores diferentes, as previsões podem ser feitas muito mais rapidamente, ou com uma precisão de acerto bem maior. No sistema atual, toda a área mapeada, o território brasileiro, por exemplo, tem seus dados como temperatura, pressão, ventos e outros analisados por uma única máquina, sendo obrigado a fazer um número elevado de cálculos. Rodando em paralelo, por outro lado, cada processador pode restringir-se a uma única fração desse território, fazendo um número menor de contas, o que agiliza o processo.

Como dividir o território é uma das etapas mais importantes do projeto. Caso o mapa fosse dividido em partes iguais, alguns processadores trabalhariam menos do que outros. Certas regiões possuem atividades meteorológicas mais intensas, como a cidade de São Paulo em relação ao Oceano Atlântico. Neste caso, a máquina responsável pela primeira calculará os dados de uma área menor, porém em maior número. A segunda poderá cuidar de uma região muito maior, tendo, ambas, um número semelhante de cálculos para solucionar.

Em alguns casos, um determinado processador pode acabar suas atividades antes do que os demais. Pode ocorrer, também, que uma área que em geral apresenta uma baixa atividade possa eventualmente concentrar vários fenômenos. Nos dois exemplos, o computador irá redimensionar e redistribuir as áreas automaticamente segundo um processo chamado de balanceamento de carga dinâmico. No primeiro caso, o processador ocioso irá auxiliar um outro sobrecarregado, enquanto no segundo, os tamanhos das regiões serão modificados.

Um problema comum quando se trabalha com computação paralela, como explica o professor Marco Gubitoso, um dos integrantes do projeto, é como relacionar os dados obtidos em cada área. Os eventos ocorridos em uma determinada região irão influir nas condições do tempo das áreas vizinhas, que são calculadas por outros processadores. No modelo tradicional, o fato não ocorre, por existir apenas um processador que opera em um único território.

O projeto tem parceria com a empresa privada Elebra, que ganhou a concorrência pública. Ela fornece material e financiamento para as unidades da USP envolvidas (IME, Poli e IAG) e recebe em troca o direito de comercializar os frutos do trabalho em determinadas áreas do globo. À Aster, empresa responsável pelo projeto original, cabe o direito de venda sobre o restante dos países.

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