São Paulo (AUN - USP) - Cerca de dois mil indivíduos com mais de 60 anos farão parte do estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe), coordenado pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. A iniciativa da Organização Panamericana de Saúde (Opas) objetiva fazer um levantamento detalhado e comparativo das condições de vida dos idosos em vários países da América Latina e Caribe.
O município de São Paulo foi dividido em 72 setores censitários que são percorridos por uma equipe especialmente treinada. Em cada domicílio escolhido é realizada uma longa entrevista com os residentes de ambos os sexos com mais de 60 anos. Até o momento foram realizadas cerca de 10% do total de entrevistas. A previsão é que este levantamento esteja concluído até o final deste semestre, totalizando 2230 entrevistas. Quinzenalmente são enviados relatórios parciais para a sede da Opas, em Washington.
Após o período de entrevistas, será iniciada a tabulação dos dados, que serão publicados e passarão a ser discutidos em seminários por especialistas das mais diversas áreas, como geriatras, demógrafos, assistentes sociais, dentistas e nutricionistas.
A entrevista é feita utilizando-se um questionário padronizado desenvolvido pela Opas que sofreu algumas alterações para a realidade brasileira. Segundo Maria Lúcia Lebrão, professora do Departamento de Epidemiologia da FSP e coordenadora do estudo, “A entrevista é abrangente e aborda as atividades diárias, a situação financeira, o acesso aos cuidados médicos e outros dados sobre a família e o trabalho dos idosos”.
Fazem parte do Sabe Brasil, Argentina, Uruguai, México, Chile, Cuba, Costa Rica e Barbados e espera-se a participação de mais de 12 mil pessoas. O financiamento internacional é da Opas e, em São Paulo, da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
O estudo é considerado de grande relevância, tendo em vista as importantes mudanças demográficas nas últimas décadas, com crescimento rápido e sem precedentes da população adulta com mais de 60 anos. Tornou-se fundamental conhecer detalhadamente as condições de vida e saúde dessa parcela da população a fim de que possam ser desenvolvidos programas e políticas favoráveis ao envelhecimento ativo e saudável.