São Paulo (AUN - USP) - O canteiro experimental da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), implantado em 1997, é sede de um projeto experimental que une alunos dos últimos anos do curso de Arquitetura na elaboração e desenvolvimento de equipamentos a serem utilizados pelos alunos do primeiro ano.
O primeiro a ser finalizado, um gabarito para cúpulas catenárias já está sendo usado, e uma das cúpulas de alvenaria, feita com o auxílio deste, está quase pronta. Outros gabaritos já estão em desenvolvimento, mas segundo o professor Reginaldo Luís Nunes Roncone, do Departamento de Tecnologia da FAU, as cúpulas foram escolhidas para iniciar o projeto por serem uma forma com a qual os alunos não estão acostumados a lidar, trazendo uma experiência nova. Além disso, é uma curva que resiste bem aos reforços de compressão, não sofrendo com esforços estruturais.
Bolsas-trabalho de um salário mínimo concedidas pela Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) são oferecidas aos alunos que participam do projeto. No momento o grupo conta com três bolsas, e uma vaga está aberta, mas o plano é que chegue a oito. Com esse número, o projeto contaria com dois grupos de trabalho simultâneos.
Reginaldo Roncone explica que o canteiro experimental é fundamental para o desenvolvimento desse projeto por permitir trabalhos que vão além das dimensões de maquete e, conseqüentemente, proporcionar maior proximidade dos alunos com a realidade. “Ali os alunos realmente lidam com as questões construtivas, muitas vezes temos até mesmo pedreiros trabalhando nos projetos”, afirma. “É uma oportunidade de tirar o aluno da repetividade teórica.”
Lá, já foram produzidos até mesmo materiais a serem utilizados nos projetos, como a argamassa e a alvenaria armada. A maioria dos trabalhos ali desenvolvidos é feita nesses dois materiais, e também em ferro e cimento.
Infelizmente, o canteiro tem sido alvo de eventuais problemas de vandalismo, e por isso, o professor Reginaldo Roncone e seu grupo de trabalho estão tentando juntar verbas para fechar melhor o canteiro. O acesso livre durante o horário normal de aulas seria mantido, mas eles procuram uma maneira de trancá-lo durante a noite. “Já aconteceu de trabalhos quase prontos aparecerem totalmente destruídos na manhã seguinte”, diz o professor. “Isso acaba desestimulando o aluno.”