São Paulo (AUN - USP) - Criado pela Faculdade de Medicina da USP, o projeto de Cultura e Extensão Bandeira Científica conta hoje com a participação das mais diversas faculdades. O objetivo do projeto é levar bom atendimento de saúde a cidades pobres do interior do país.
A Bandeira Científica é um projeto de extensão da Universidade de São Paulo, criado em 1957 pela Faculdade de Medicina ( FMUSP), sob coordenação do Departamento de Patologia. Numa primeira fase, o projeto se dedicou à pesquisa e à educação. A partir de 1998, porém, as atividades assistenciais tiveram início e, hoje em dia, representam de maneira mais forte o projeto.
Experiências anteriores e novas propostas mostraram que ações conjuntas a outras faculdades trariam resultados melhores. A Fisioterapia foi o primeiro curso a ser integrado, em 2002. Atualmente, participam da Bandeira os cursos: Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Odontologia, Jornalismo, Engenharias Civil, Ambiental e Agronômica e Economia, além da Med Jr. , empresa júnior da FMUSP, que atua na parte do diagnóstico do sistema de saúde da cidade que receberá o projeto. Desde 1999, a Bandeira realizou ao todo 33040 atendimentos em todas as áreas abrangidas, 6231 exames gerais, fora palestras e demais atividades.
A odontologia no projeto
A Faculdade de Odontologia ingressou na Bandeira em 2006 na expedição a Machadinho D’Oeste ( RO ). Seu atendimento é dividido em dois tipos: o primeiro é a assistência a crianças, principalmente de 5 a 12 anos, regularmente matriculadas nas escolas públicas da cidade, que servem de sede para os postos de atendimento. O segundo tipo abrange idosos com necessidades de prótese dentária. Como o trabalho é muito demorado, são atendidas em média 20 pessoas que recebem duas próteses cada. O processo de seleção é feito pela prefeitura da cidade.
Para participar, os alunos interessados assistem a aulas, oficinas e fazem uma prova. A partir disso, os diretores, alunos que representam cada faculdade no projeto, escolhem aqueles que mostraram maior interesse e participação nas atividades propostas.
Para poder existir, o projeto conta com patrocínio da empresa farmacêutica Sanofi-Aventis, além do apoio de professores e chefes de departamento. “O diretor também nos ajudou bastante. Para a expedição do ano passado ele cedeu o micro-ônibus da faculdade para dar apoio na cidade. Os professores também nos apoiam, principalmente porque eles precisam liberar alguns alunos antes do término das aulas para eles participarem da expedição” , disse Carina Tanaka, aluna da FOUSP e diretora da Bandeira Científica em 2009.
Prêmio
Todo o trabalho dos alunos foi reconhecido em caráter nacional, em agosto de 2009. Concorrendo com mais de 280 projetos de cultura e extensão de 19 diferentes estados, o projeto ganhou o primeiro lugar na área de saúde do Prêmio Cidadania Sem Fronteiras. Além disso, foi o único premiado com o selo “Cidadania Brasil”, entregue apenas ao melhor projeto de extensão de todas as áreas.