ISSN 2359-5191

14/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 14 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Energéticas
Instituto na USP aperfeiçoa medida de temperatura de reator de pesquisas

São Paulo (AUN - USP) - Com a finalidade de pesquisa para uma maior potencialização do reator de pesquisas IEA-R1 – que tem 5MW de potência e está localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen, na USP)- pesquisadores implementaram recentemente o Elemento Combustível Instrumentado. A diferença deste para outros Elementos Combustíveis é a presença de termopares, que servem para medição da temperatura.

O Reator IEA-R1 é utilizado para produção de radioisótopos (para uso nas medicina, indústria e agricultura) e para pesquisa de física aplicada. São 24 Elementos Combustíveis tipo MTR (Material Test Reactor), situados no núcleo do reator e consistem em tubos de alumínio com 18 placas paralelas de urânio enriquecido a 20%. Foram colocados 14 termopares em um deles para, com os dados medidos, aumentar as margens de segurança do reator, explorar melhor seu potencial e fazer pesquisas e validação para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Estes dados podem são armazenados em um banco de dados do Sistema de Aquisição de Dados do reator, de 30 em 30 segundos e até de um em um segundo.

Como cada Elemento Combustível custa em torno de US$ 30 mil, os testes foram primeiro feitos em um dummy – igual ao Elemento Combustível, mas que não possui urânio. Após sete anos de espera, o projeto pôde ser implementado. "Em 2003, conseguimos o contrato de pesquisa com a Agência Internacional de Energia Atômica. Sendo uma projeção internacional para o projeto, que nos deu também um pequeno apoio financeiro e pudemos ter uma visibilidade maior no Ipen", conta o coordenador do projeto, o engenheiro mecânico e mestre em tecnologia nuclear, Pedro Ernesto Umbehaun, do Centro de Engenharia Nuclear (CEN) do Ipen.

São poucos os países no mundo dos quais se conhece o uso do Elemento Combustível Instrumentado. Assim, o Brasil pode se tornar uma referência quanto ao desenvolvimento desta tecnologia. Além disso, "nós desenvolvemos um projeto meio tupiniquim", explica Pedro Ernesto, fazendo alusão à falta de grandes recursos financeiros, problema que teve de ser contornado. Isso também terá uma projeção já que, mesmo com um montante limitado, foi possível desenvolver a tecnologia necessária.

Ainda encontra-se em fase de avaliação a possibilidade de se patentear a ideia, uma vez que é necessária uma enorme burocracia pela qual se deve passar num processo de patentes, que exigem todos os detalhes e etapas do processo, que ficam disponíveis para todos. "Nós constatamos que ninguém no mundo publica detalhes de fabricação e construção desse tipo de pesquisas e, também, não encontramos nenhuma patente requerida. Talvez seja mais interessante aguardar um eventual interesse de algum país e então negociar os desenvolvimento e construção de um elemento instrumentado específico", comenta Pedro Ernesto. Dessa forma, os resultados serão publicados em artigos, que não exigem uma precisão e um detalhamento tão grandes.

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