ISSN 2359-5191

25/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 19 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Ciências Biomédicas
Invasão do 3D alcança o ensino

São Paulo (AUN - USP) - A tecnologia da imagem em três dimensões invadiu o mercado cinematográfico e aos poucos procura seu lugar em outras mídias. Revistas e programas de TV já estão reformulando seu conteúdo para oferecer uma opção em 3D de seus produtos. Porém, na Universidade de São Paulo essa tecnologia tem espaço no ensino há mais de 25 anos.

Especializado em neurologia, o professor Ciro Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), usa o recurso em suas aulas, para aproximar mais o aluno do conteúdo estudado. “Como professor da graduação da USP, tenho usado o 3D estereoscópico para ensinar a estrutura do corpo humano do nível molecular ao anatômico. A resposta dos alunos tem sido excelente”, diz o professor.

Em 1984, Ciro conheceu o modo de produção em terceira dimensão e se tornou um “estéreo-maníaco”, logo incorporando em suas aulas. “Tenho usado essa ferramenta com grande sucesso no ensino nesses 26 anos, sempre desenvolvendo e incorporando as novas tecnologias que têm surgido no campo”, diz Ciro.

Para muitos pesquisadores da USP, a melhora do ensino está atrelada à melhoria da tecnologia. Assim, vemos laboratórios extremamente equipados e compatíveis com os avanços em quase todas as áreas de ensino, principalmente em exatas e biológicas. O STEREOLAB (laboratório de 3D esteroscópico) está com certeza entre esses: “Meu laboratório no ICB não fica atrás de qualquer estúdio de Hollywood (embora com verba infinitamente menor). Somos capazes de criar e apresentar conteúdo em 3D estereoscópico sobre qualquer assunto”, diz Ciro Silva.

Com intuito de trazer ao público uma série de imagens com a tecnologia tão falada no mercado atual, a Comissão de Cultura e Extensão do ICB/USP está promovendo um ciclo de palestras que aborda vários temas, todas com imagens feitas pelo professor Ciro. A entrada é franca e alguns dos temas abordados são “A célula”, “Os tesouros da tumba de Tutankhamon” e “Pinturas Famosas Convertidas para 3D”.

Como funciona o 3D?
Ciro explica como funciona o 3D: “A estereoscopia utiliza a capacidade de nosso cérebro em perceber o mundo a nossa volta em terceira dimensão, identificando o volume e a posição de objetos no espaço. Para tanto a evolução nos proveu com dois olhos frontais (e não laterais), fazendo com que as imagens levadas ao cérebro pelos olhos tenham uma perspectiva ligeiramente diferente (experimente fixar um objeto a sua frente e fechar os olhos alternadamente; as duas imagens têm uma ligeira diferença entre si). Pois bem, podemos fotografar um objeto e, em seguida, deslocar a câmera lateralmente 6,5 cm (a distância entre os olhos na maioria das pessoas) e tirar uma segunda foto. Se conseguirmos que cada olho veja somente uma das fotos (direito-direito, esquerdo-esquerdo), nosso cérebro fundirá as imagens e nos dará o maravilhoso senso do objeto original, com todo seu volume. A tecnologia do 3D esteroscópico simplesmente cria ferramentas para registrar as imagens (pares estereoscópicos) e apresentá-las aos olhos em separado. O resto está embutido em nosso córtex cerebral visual.”

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br