ISSN 2359-5191

21/03/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 01 - Sociedade - Instituto de Estudos Brasileiros
USP expõe arquivos de Camargo Guarnieri

São Paulo (AUN - USP) - “A invenção do rádio, matracando dia e noite dentro dos lares programas de músicas sem nenhum valor artístico, muito tem concorrido para o mau gosto do público em geral.” Essa frase do maestro Camargo Guarnieri foi retirada de uma entrevista ao jornal A Gazeta, de 1956, e está em seus arquivos expostos até 31 de março no Instituto de Estudos Brasileiros da USP - IEB.

A exposição “Arquivo Camargo Guarnieri: espelho da criação” está dividida em seis partes. Na primeira, Ofício do compositor, é possível encontrar os materiais usados pelo maestro em seu trabalho, cabendo curiosidade para os diversos bicos de pena (como um com cinco pontas para fazer os pentagramas das partituras) e para os originais da sua Sonata nº 3, além de seu piano e sua banqueta.

No módulo As primeiras obras há a sua “obra interdita”, que são as suas composições até o ano de 1928, quando ainda assinava Mozart Camargo Guarnieri, e que não podem ser editadas ou gravadas. “As obras que escrevi de 1920 a 1928 não apresentam para mim valor rigorosamente artístico (...). Tudo quanto escrevi em 1920 a 1928 não deve, em hipótese alguma e sob nenhum pretexto, ser impresso e publicado, devendo apenas servir para estudo científico e comparativo”, escreveu Guarnieri na abertura de seu Catálogo de Obras, que se encontra exposto.

Outro enfoque é o do Restauro das obras em papel vegetal, demonstrando os processos de recuperação de partituras realizados em parte das suas obras, assim como o Banco de partituras, que possibilita conhecer os títulos do catálogo e seu estado de conservação. Algumas das entrevistas, depoimentos e críticas publicadas em jornais e revistas e selecionadas dentre os mais de cinco mil do arquivo podem ser vistas na parte Entrevista e depoimentos, assim como o material da sua ópera em um ato, Um homem só, que tem o libreto de Gianfrancesco Guarnieri.

Considerado um dos grandes nomes da música erudita brasileira e reconhecido internacionalmente, o maestro chegou a receber o Prêmio Gabriela Mistral, concedido pela OEA, como “O Maior Compositor Contemporâneo das Três Américas”. Ele é o fundador da Orquestra Sinfônica da USP, que, confessou, foi o seu grande sonho realizado.

A curadoria da exposição é de Flávia Camargo Toni e Lúcia Elena Thomé, e foi montada pela Equipe Camargo Guarnieri. O endereço do IEB é Av. Prof. Mello Moraes, travessa 8, nº 140, na Cidade Universitária. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento é das 9 às 17 horas.

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