ISSN 2359-5191

02/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 22 - Educação - Instituto de Psicologia
10% das mulheres têm pensamento masculinizado sobre sexo

São Paulo (AUN - USP) - Estima-se que 10% das mulheres vejam o sexo da mesma maneira que os homens. Esse dado foi revelado pelo especialista em relacionamentos amorosos e professor do Instituto de Psicologia da USP, Ailton Amélio da Silva, em sua palestra SEXUALIDADE E RELACIONAMENTO AMOROSO. Segundo Ailton, que entrevistou muitas dessas mulheres, elas não tem nenhum problema (como se acreditava antigamente), não são prostitutas, são atraentes, bonitas e inteligentes. A única diferença é que elas tem a maneira de olhar sexo parecida com a usual masculina: têm relações sexuais sem afetividade ou garantia, gostam de sexo e se pudesse fariam muito mais sexo se a sociedade não as punisse.

Os aspectos culturais e sociais exercem muita influência sobre as mulheres. A sociedade sempre puniu severamente mulheres mais “liberais”, seja com punições físicas ou morais. Essa diferença de tratamento é conhecida por todos. Como diz Ailton: “Um pai fica todo orgulhoso quando o filho faz bastante sexo. Mas você não vê nenhum pai falando ‘Ah, que orgulho, minha filha dormiu com o quarteirão inteiro! ’”.

Aspectos biológicos e afetivos também estão relacionados com as diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a sexo. A primeira diferença remonta aos tempos pré-históricos e aos nossos instintos naturais. O casal faz um “investimento” na hora da reprodução, mas o investimento maior é da mulher. Ela terá que carregar o filho durante nove meses, arcar com os riscos do parto, amamentar o filho e cuidar dele até esse estar preparado para viver sozinho. Por isso, naturalmente, as mulheres são, até hoje, mais exigentes que os homens. Podemos dizer que os homens se preocupam com a quantidade e as mulheres com a qualidade.

No contexto afetivo, mulheres geralmente relacionam o sexo com carinho, amor e vínculo, enquanto os homens são mais desprendidos de tais “requisitos”. Como é conhecido pelo senso comum, para homens sexo pode virar afeto, enquanto com as mulheres afeto pode virar sexo.

Ailton considerou importante avisar, na palestra, que essas diferenças e esses conceitos não podem ser generalizados e exagerados. “É como com altura: em média homens são mais altos do que as mulheres. Em média. Mas existem mulheres mais altas do que os homens”.

Além dessas diferenças, o palestrante debateu sobre os problemas nos relacionamentos amorosos que envolvem sexo. Dono de um consultório especializado em problemas nos relacionamentos, Ailton disse que muitas pessoas casadas têm problemas nesse assunto devido às restrições e inseguranças impostas pelo ambiente externo. Para isso, o psicólogo defende: “Antes de tudo, sexo é natural. Se deixarmos de lado os preconceitos, inibições e condenações, o que ficará é o natural do ser humano.”

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