São Paulo (AUN - USP) - A Insuficiência renal é um dos quadros clínicos graves mais comuns no país. O pesquisador Niels Olsen, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da USP desenvolveu formas de tratamento para retardar o avanço da doença ou mesmo tentar revertê-la. Seus experimentos têm sido muito bem sucedidos e ele diz que “não falta muito para levar as técnicas aos pacientes”.
O procedimento consistiria em administrar células-tronco do indivíduo adulto, retiradas do tecido gorduroso (chamadas células-tronco mesenquimais), para induzir melhoras. As polêmicas células-tronco têm a habilidade de se diferenciar para vários tipos celulares com diferentes funções do corpo. No caso, elas causariam uma regeneração do tecido doente que será essencial para o controle da patologia ou para, pelo menos, evitar a necessidade de transplante ou de diálises constantes.
O transplante mais comum no Brasil é o de rins, somando mais de 70%¹ do total, o que demonstra a atual atribuição de “endemia” dada à insuficiência renal. O governo cobre os custos de diálise e transplantes quase que integralmente, o que compromete R$ 2 bilhões por ano do orçamento destinado à saúde².
Este tipo de operação, diferente do que se imagina, não resolve para sempre os problemas de um doente. Além de um provável quadro de rejeição, o órgão tem um tempo de bom funcionamento no paciente. Esse tempo, que não é determinado – varia de pessoa para pessoa -, faz com que após alguns anos, um novo doador tenha de ser encontrado.
Com sua pesquisa, o professor Niels Olsen espera conseguir aumentar a vida dos órgãos transplantados revertendo um processo degenerativo chamado fibrose ou nefropatia crônica do enxerto, que é a principal causa da perda do tecido recebido. O procedimento envolveria novamente células-tronco, regenerando os danos causados pelo nosso próprio organismo, que vê o transplante como “estranho” no nosso corpo.
¹ Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)
² Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)