ISSN 2359-5191

04/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 24 - Saúde - Instituto de Psicologia
Alunos da Psicologia da USP discutem atuação na “Bandeira Científica”

São Paulo (AUN - USP) - A Bandeira Científica, projeto de extensão que visa promover a saúde e a sustentabilidade em municípios brasileiros, foi tema de palestra no Instituto de Psicologia (IP) da USP. As alunas Aline Garcia Aveiro, Luiza Fernandes Ferreira, Mariana Rivera e Tatiana de Aquino Mascarenhas apresentaram uma discussão sobre a participação do instituto no projeto.

Vinculada a ele desde 2006, quando três alunos da graduação tomaram a iniciativa de procurar um professor para inseri-la no projeto, a Psicologia realiza o atendimento psicológico da população local, que muitas vezes não tem à disposição profissionais qualificados e em número suficiente. Esse processo é feito em caráter interdisciplinar, juntamente com alunos de outros cursos da área de saúde, como Medicina, Nutrição e Fisioterapia. Segundo Luiza, os pacientes, que têm a consulta previamente agendada por agentes comunitários, respondem a um questionário e passam por uma triagem com um estudante de Medicina, que o encaminhará para outras áreas, conforme sua necessidade.

Durante a expedição à cidade, os alunos do instituto dividem-se em dois grupos: o “livre”, que é responsável por entrevistar moradores, se reunir com gestores e fazer visitas às instituições da cidade; e a equipe que realiza o atendimento em si. Durante os dez dias em que ficam no local, os estudantes mantêm ainda um diário de bordo, onde cada um registra suas experiências para mostrar como foi a expedição.

Nesta última, realizada em Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, os estudantes procuraram uma forma de manter a continuidade de seus trabalhos, uma vez que o tempo na cidade é bem reduzido. De acordo com Tatiana, houve uma tentativa de vincular o trabalho da equipe aos profissionais de psicologia e assistência social da cidade. Na pré-visita, etapa na qual se acertam os últimos detalhes da expedição, um grupo reuniu-se com as psicólogas locais e foi combinado que os casos mais graves encontrados pela equipe seriam encaminhados a elas.

Na mesma ocasião, foram discutidas ainda as principais dificuldades enfrentadas na cidade: a grande demanda por atendimentos individuais e, principalmente, a fila de espera nos atendimentos infantis. Havia muitos problemas relacionados a crianças encaminhadas pelo conselho tutelar por conta de resultados escolares, mas que, devido a falta de profissionais, ou não eram atendidas ou tinham de ser encaminhadas a neurologistas.

Durante a expedição, a equipe viu de perto esse problema. Muitas crianças chegavam a eles já medicadas para depressão ou distúrbio de déficit de atenção pelo neurologista, vítimas de “diagnósticos feitos sem muito cuidado”, conta Mariana. Além disso, esses tratamentos, que envolvem remédios fortes, como a ritalina (medicamento antidepressivo), são feitos sem um acompanhamento apropriado, uma vez que o neurologista não é da cidade.

O projeto
Vinculada à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, a Bandeira Científica surgiu em 1957, mas foi interrompida pelo regime militar em 1969, sendo retomado apenas em 1998. Realizadas em municípios brasileiros com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre 0,5 e 0,75, as atividades do projeto são quase totalmente por alunos e englobam atendimento em saúde e estudos e planejamentos de infra-estrutura.

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