ISSN 2359-5191

04/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 24 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Ciências Biomédicas
Transgênicos já têm raízes em solo brasileiro

São Paulo (AUN - USP) - A discussão sobre transgênicos parece nunca cessar na mídia. Questões sobre a validez de seu uso e sua rentabilidade estão sempre em pauta. Em uma palestra organizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP o professor Walter Colli, também presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), tenta fazer um panorama da recepção e do uso de transgênicos no país e no mundo.

Os organismos geneticamente modificados, causam muita controvérsia e discussão. Desde meados dos anos 90, os EUA permitiram seu uso e têm lucrado muito com isso. Em países da Europa e no Brasil, a corrente contra a disseminação desses produtos tem uma voz muito presente na mídia e na opinião popular. Essa oposição, geralmente personificada em ONGs, rotula os produtos transgênicos como ruins, dizendo que são manipulação da vida (uma visão com um viés quase que religioso do assunto) e que devem representar algum perigo.

O plantio de transgênicos começou aos poucos no Brasil, que foi paulatinamente aprovando plantações dadas como clandestinas. Em 2003, começou-se uma expansão do negócio, que hoje representa mais de 16% da área agrícola do país - o que o posiciona como segundo maior produtor de transgênico no mundo, somente atrás dos EUA.

Escolher plantas alteradas geneticamente aumenta muito a renda do agricultor, pois acaba com os gastos em pesticidas com prejuízos causados por eventuais pestes. Outro fator positivo é a diminuição de emissão de gás carbônico: já se reduziu o equivalente a retirar 6,3 milhões de carros das ruas. Para Walter Colli, só existem benefícios e os argumentos contrários não têm embasamento: “Na minha opinião, eles não causam nenhum impacto ambiental”.

Já no caso de desenvolver produtos auxiliares na medicina, como insulina e hormônio do crescimento, o público é mais receptivo. Vacinas, anticorpos e até enzimas usadas no sabão em pó não tem nenhuma oposição clara da sociedade, mas os alimentos produzidos são abertamente considerados “errados” ou “prejudiciais”.

No caso do hormônio do crescimento, por exemplo, antes do advento dos transgênicos, os pacientes recebiam hormônios retirados da hipófise de cadáveres, que muitas vezes passavam doenças. Com a implantação da nova tecnologia, o procedimento tornou-se mais seguro e até mais barato, com a produção de moléculas idênticas a do ser humano e sem riscos de qualquer patologia.

As novidades que vêm por aí são principalmente em geração de energia. Em breve, veremos canas-de-açúcar modificadas para melhorar o rendimento de sacarose e etanol, o que irá melhorar nossa produção e firmar nosso status mundial em relação ao combustível. Outro desenvolvimento interessante é a adição de um óleo de origem transgênica do óleo chamado “Farnesano” ao óleo diesel, o que diminuirá a emissão de enxofre para a atmosfera, reduzindo a poluição da queima da substância.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br