São Paulo (AUN - USP) - O site Plataforma Brasil, conta com a participação de cerca de 400 comitês de pesquisa científica, cerca de 65% do total existente no país. Ele surgiu para substituir o Sisnep, Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos, cuja tecnologia estava muito obsoleta para conter todos os relatórios científicos estimados a serem produzidos num futuro próximo. É relacionado ao Comitê Nacional de Saúde (CNS), coordenado pelo professor Dalton Ramos da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP).
O projeto Plataforma Brasil visa maior esclarecimento sobre o andamento das pesquisas científicas do país para a comunidade de pesquisadores e para o público em geral. “A população deixa de depender da Folha de S. Paulo e do Fantástico pra saber o que ocorre nas ciências do país”, disse o professor Ramos no XIV Seminário de Iniciação Científica da FOUSP, no começo de maio.
O que é interessante no “Plataforma” é o fato de as pessoas se cadastrarem de diversas formas: pesquisador, patrocinador, parceiro, comitê de ética etc. “Cada um tem acesso só àquilo a que tem interesse, de acordo com seu cadastro”, disse Ramos.
Para os pesquisadores, há espaço para disponibilizar materiais extras ou a pesquisa inteira e não apenas o resumo, como é mais comum em sites desse tipo. Além disso, há adequação internacional, de acordo com o site “Clinical Trials”, quanto aos padrões dos formulários. Essa internacionalização facilita o trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) na busca pela união entre a aprovação das linhas de pesquisa em todo o mundo. “Uma pesquisa aprovada na Alemanha precisa de aprovação no Brasil também? Hoje em dia, sim. No futuro, provavelmente não”, conclui o professor Dalton.
Digitalização das pesquisas
“Assim como o imposto de renda, tudo vai ficar digital. Podemos pegar um recibo, mas a maior parte do processo será virtual”. Essa profecia do palestrante não está tão longe da realidade. O Ministério da Saúde já certifica, digitalmente, os relatórios colocados no Plataforma Brasil, de maneira que passa a ser responsável por eles, respondendo por possíveis erros no relatório.
A preocupação dos pesquisadores com a digitalização das pesquisas é que ainda existe briga com o pessoal da informática, porque têm algumas partes que não funcionam direito. Para melhorar, tem que experimentar: “Vamos testar com exaustão para saber onde a coisa pega”, conclui o palestrante.